A glutamina é um dos principais aminoácidos do nosso corpo, sempre foi muito utilizada por quem treina, mas hoje é mais falada para a saúde do intestino e nossa imunidade, afinal para quem ela serve?
Seja bem-vindo ao meu blog. Eu sou doutor Oliver, e nesse artigo eu vou explicar tudo sobre a glutamina, incluindo quais os benefícios dela, como e quem tem que suplementar, onde como conseguir na alimentação.
Inclusive eu mesmo já tomei bastante glutamina quando competia e coloco minha opinião como atleta e médico.
Se preferir ver na forma de vídeo, este é um texto adaptado de um vídeo publicado no meu canal do YouTube:
Então vamos lá?
A glutamina é um dos aminoácidos mais abundantes no corpo, ela representa 50% da massa muscular. A glutamina é um aminoácido não-essencial, ou seja, ela é transformada de outros aminoácidos no próprio corpo.
Se não sabe, o aminoácido é a menor molécula que forma as proteínas, é tijolo que na formação das proteínas.
A glutamina é fundamental no controle da massa muscular, controlando o catabolismo. Ela também é fundamental para a formação das fibras musculares, pois compões 50% delas.
A glutamina também esta relacionada com a síntese de glicogênio e a síntese, ou anabolismo de outras proteínas.
Mas ela não importante só na atividade física. Ela é um doador de radicais transaminase. Ou seja, ela transporta nitrogênio para a produção de novos aminoácidos não-essenciais, sendo fundamental para vários tipos de funções do nosso organismo e “desintoxica” a amônia do nosso corpo.
A glutamina é fundamental para a função do intestino e do sistema imunológico.
As células do intestino, chamadas enterócitos usam a glutamina no seu metabolismo,
melhorando a mucosa intestinal, que é uma barreira importante contra invasores externos.
Além disso, ela é importante para a proliferação das bactérias que regulam nosso intestino, evitando o crescimento de bactérias que podem dar doenças, e a gente não pode esquecer que essas mesmas bactérias do intestino que produzem parte da vitamina K, que eu explico melhor em outro artigo.
Mas ela não para por aí!
A glutamina é um aminoácido que tem um papel importante na produção de neurotransmissores no cérebro. Os neurotransmissores são substâncias usadas na comunicação entre os neurônios.
A glutamina é usada para produzir o glutamato, o aspartato e o ácido gama-aminobutírico (GABA).
O glutamato é um dos neurotransmissores mais importantes do sistema nervoso, sendo usado em cerca de 80% das sinapses. Ele está envolvido na formação de lembranças, na atenção e na regulação das emoções, além de participar na adaptação do cérebro, conhecida como neuroplasticidade.
Já o GABA é um neurotransmissor que ajuda a controlar a atividade nervosa no cérebro e a regular o humor e controle da dor.
A glutamina também é importante para algumas células da imunidade como os linfócitos e macrófagos.
Além disso, alguns estudos sugerem que a suplementação com glutamina pode melhorar a resposta imune em indivíduos submetidos a estresse físico ou nutricional intenso.
No entanto, mais pesquisas são necessárias para entende totalmente o papel da glutamina na imunidade e os possíveis benefícios da suplementação.
Agora que você sabe as funções da glutamina no nosso corpo, eu vou continuar explicando e tirando algumas dúvidas comuns sobre a glutamina, como se é boa para quem treina, se é perigoso tomar ela, quais os riscos e efeitos colaterais, se ela emagrece ou engorda e quando vale à suplementação.
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Agora vamos lá,
Apesar da glutamina ser fundamental ao nosso corpo durante a atividade física e por isso sempre foi indicada como suplemento, hoje sabe-se que não tem benefício a suplementação para melhora da performance e mudança do físico.
Isso porque a maior parte de glutamina é produzida pelo próprio corpo.
A única situação no esporte que pode se beneficiar do suplemento de glutamina é em atletas em “over training”, mas também não é que ele vai fazer mágica.
A glutamina não é usada para nenhum desses fins, ela tem calorias, assim como outros aminoácidos, em torno de 4kcal por grama. Mas ela em si não aumenta apetite ou muda o metabolismo ajudando a ganhar ou perder peso.
Consumir às vezes a glutamina não costuma apresentar efeitos colaterais, porque é um aminoácido, assim, como você comer feijão, carne ou leite.
Entretanto o uso crônico da glutamina pode levar a resistência insulínica, que aumenta o açúcar no sangue e pode levar ao diabetes tipo 2 a longo prazo.
Para pessoas saudáveis a melhor forma de conseguir a glutamina é pelos alimentos.
Os alimentos ricos em glutamina são geralmente aqueles ricos em proteínas como: leite e derivados, carne, peixes, ovos e leguminosas (soja, grão de bico, feijão).
Agora você deve estar se perguntando:
Você viu que a glutamina é muito importante para o nosso corpo. Por outro lado, 80% da glutamina é produzida pelo próprio corpo, o restante vem da dieta, e como você viu agora, muitos alimentos são ricos em glutamina.
O Jornal Europeu de Nutrição Clínica, fez um artigo de revisão de outras 25 pesquisas e concluiu que a suplementação de glutamina não tem benefício para pessoas saudáveis com o objetivo de performance e mudança do físico, assim como não tem benefício para a imunidade.
A glutamina é indicada para pessoas com estresse físico ou nutricional intenso, como atletas em over training, grandes queimados, pessoas em recuperação de grandes cirurgias ou alguns tipos de câncer.
Infelizmente, não existe uma padronização na suplementação da glutamina, mas quando indicada é de 0,1 a 0,3 g por quilo de massa magra ou em torno de 5 a 20g/dia.
Eu mesmo já tomei a glutamina no passado, porque o que se acreditava na época era que ela diminuía o catabolismo muscular e ajudava na recuperação, mas não vi muita diferença. Honestamente, se for para gastar dinheiro com alguma coisa, é bom focar nos básicos, que eu discuto melhor em outro artigo.
Agora, eu convido você a ver esses outros artigos e vídeos que eu tiro as dúvidas e acabo com os mitos de outros suplementos e medicamentos.
Espero que tenha lhe ajudado. Um grande abraço e até o próximo artigo!