Quando tratamentos conservadores como medicação – por via oral ou infiltração – e fisioterapia não surtem muito efeito em quadros de lesão no joelho, a solução pode ser um procedimento cirúrgico.
E caso o médico conclua que, sim, é hora de operar, uma ótima opção é a cirurgia de prótese do joelho, a Artroplastia. Trata-se de uma técnica moderna, que tem sido bastante difundida no Brasil, e que consiste na correção de um distúrbio na articulação através da substituição de superfícies articulares por implantes artificiais metálicos.
Mas quando é o exato momento de se optar pela cirurgia de prótese do joelho? Quem deve ser submetido ao procedimento? Sim, são muitas dúvidas que surgem antes de uma operação como esta, mas calma, porque vamos responder a estas e outras perguntas neste artigo.
Também conhecida como artroplastia, a cirurgia de prótese do joelho reverte uma anomalia na articulação ao substituir superfícies articulares por implantes artificiais metálicos.
O paciente que sofre com artrite ou qualquer outra lesão no joelho pode ter de volta uma maior qualidade de vida a partir de uma série de benefícios proporcionados pelo procedimento.
Entre eles, a retomada da estabilidade e da mobilidade da articulação; uma redução significativa da dor; a correção de deformidades; e a eliminação da claudicação (gesto de mancar enquanto anda).
Embora seja considerada segura e eficaz, a cirurgia de prótese do joelho é também mais complexa se comparada a outros procedimentos na região, como a artroscopia. Sendo assim, é importante pesar os prós e contras antes de se decidir se é ou não o caso.
Um primeiro critério para se escolher a artroplastia é a patologia diagnosticada. A intervenção é mais indicada para casos de artrite reumatoide, espondilite anquilosante, espondiloartropatias soronegativas, artrite psoriática, artrites associadas com doença intestinal crónica (doença de Crohn, colite ulcerativa), artrose pós-traumática e idiopática e artrose primária idiopática.
Entretanto, o procedimento não é necessariamente indicado para todos os pacientes que sofrem com alguma destas doenças. A cirurgia de prótese do joelho é mais recomendada para homens e mulheres na casa dos 70 e 60 anos, respectivamente. Mas o porquê desta faixa etária? A resposta é a durabilidade do implante, que varia entre 15 e 30 anos.
Mas vale ressaltar também que este critério da idade é flexível. Se o indivíduo for jovem, mas apresentar um quadro mais grave, com sintomas como dor limitante ou deformidades severas, a possibilidade da artroplastia passa a ser considerada.
Como visto no tópico anterior, são muitas as lesões que podem ser revertidas com a cirurgia de prótese do joelho. E para cada caso, há um tipo de prótese mais indicado.
Ao todo, são quatro modelos de artroplastia total do joelho:
-o rolamento fixo, que é inserido entre os componentes femoral e tibial;
-o rolamento móvel, que permite mais liberdade tanto para os movimentos de rotação, quanto de flexão e extensão;
-o pivô medial, que reproduz com fidelidade a função do joelho de permitir o indivíduo percorrer trajetos sinuosos;
-e o de substituição do Ligamento Cruzado Posterior, que substitui o próprio ligamento, impedindo que o fêmur se desloque para trás em relação à tíbia durante um movimento de flexão.
Cada um destes modelos tem seus componentes, que substituem as superfícies ósseas do fêmur, da tíbia e da patela. São encaixes de peças de plástico (polietileno) e metal (confeccionadas a partir de titânio ou cobalto), que podem pesar entre 300 e 400 gramas. Sua função é gerar movimentos deslizantes suaves e pouco desgastantes.
Se paciente e cirurgião ortopédico entrarem em consenso de que a cirurgia de prótese do joelho é a melhor opção, será necessário realizar antes uma avaliação composta por uma série de etapas.
Primeiro, é preciso levantar o histórico médico do indivíduo, com questões como estado de saúde geral, intensidade das dores no joelho e capacidade funcional. Também devem ser pedidos exames físicos para que sejam avaliados aspectos como movimentos do joelho, estabilidade, força e alinhamento da perna lesionada.
Outros exames importantes são o de imagem (radiografia), que detectam a extensão do dano e possíveis deformidades, e outros mais, como de sangue e o RNM (ressonância nuclear magnética), capaz de averiguar a condição do osso e dos tecidos moles da articulação.
Alguns cuidados ideais antes da cirurgia são a limpeza da pele ou banho com clerexidine alguns dias antes da cirurgia e treinamento com muletas. A nutrição adequada e controle de doenças associadas é fundamental para uma boa recuperação, assim como para com o cigarro duas a três semanas antes da cirurgia, diminuindo o risco de necrose de pele e problemas de cicatrização de feridas.
Assim como a avaliação, a cirurgia de prótese do joelho também é feita de etapas.
O paciente deve assinar o termo cirúrgico e anestésico, o membro e marcado para identificar o lado a ser operado. Geralmente a cirurgia é feita com raquianestesia e sedação e uso de garrote pneumático, para diminuir os sangramentos. A pele é limpa com clerexidine degermante e em seguida pintado com clerexidine alcoólico e colocados campões estéreis.
Ao longo de um processo que pode levar em torno de duas horas, o primeiro passo é a preparação do osso, com a retirada das superfícies de cartilagem lesionadas nas extremidades do fêmur e da tíbia. É extraída também uma pequena porção do osso abaixo destas superfícies. Esse processo é feito com o uso de guias específicos de cortes, com ajuste de ângulos e milimétrico.
Em seguida, o cirurgião ortopedista irá colocar no local os componentes metálicos que farão o papel da superfície retirada, os componentes são testados para saber se estão adequados para aqueles indivíduos e se a função está boa. A fixação no osso pode ser feita por cimentação ou pressão e biointegração.
Após o posicionamento do implante, é a vez de um procedimento conhecido como substituição da superfície da patela. O cirurgião irá cortar a superfície interna da patela para introduzir um disco de polietileno (plástico). No entanto, não são todos os casos que exigem esta etapa.
Por fim, é inserido um espaçador de plástico na superfície tibial, entre os componentes metálicos. O objetivo é reproduzir uma superfície de contato de baixo atrito.
O equilíbrio entre os ligamentos é fundamental para a plena função da prótese, caso contrário o paciente pode apresentar limitação do movimento, falseio, dor ou soltura precoce dos componentes. Essa etapa é tão importante, quanto a colocação da prótese, principalmente nos casos mais graves.
Após o término da colocação da prótese definitiva, é feita a soltura do garrote e controle do sangramento, lavagem de todos os tecidos, colocação de dreno, para se evitar a formação de hematomas e realizado o fechamento por planos com pontos absorvíveis e nylon na pele. É realizado um curativo e após a cirurgia não é necessário o uso de imobilizações.
Geralmente os pacientes permanecem internados por 2-3 dias e, quando indicado, é necessária a permanência em leito de UTI no primeiro dia pós-operatório. Os pacientes podem caminhar com andador e sentar em poltronas, desde o primeiro dia pós-cirúrgico.
Quando se tem diagnosticada a artrose no joelho, a primeira opção é por um tratamento conservador, como medicação e fisioterapia. Porém, quando o quadro avança – e os sintomas não regridem – a tendência é o ortopedista recomendar uma intervenção cirúrgica. E um procedimento que tem sido bastante difundido no Brasil é a cirurgia de prótese do joelho, técnica considerada segura e eficaz.
Mas como o procedimento não é indicado para todos os casos, é necessário, primeiramente, que o profissional realize com o paciente uma avaliação, que engloba histórico médico e exames físico e de imagem.
Se for mesmo o caso de cirurgia de prótese do joelho, o paciente será submetido à intervenção, que dura de uma a três horas e é composta por etapas como preparação do osso, posicionamento dos implantes e inserção de um espaçador.
Espero que tenha lhe ajudado a entender mais sobre as indicações e a cirurgia de prótese de joelho, em outros posts eu descrevo com mais detalhes sobre a recuperação pós operatória, tipos de prótese e etc.
Agora, se você tem indicação de realização da mesma, ou gostaria de agendar uma consulta com ortopedista, ficarei feliz em poder ajudar. Atendo em São Paulo (Higienópolis e Itaim Bibi / Jardins) e Alphaville (Barueri / Santana de Parnaíba). Além disso realizo atendimentos por telemedicina com hora marcada.
Bibliografia (em inglês):