O joelho é uma articulação chave no cotidiano do ser humano. Afinal, é graças a ele que podemos realizar movimentos indispensáveis do dia-a-dia, como caminhar, sentar-se, agachar-se e subir e descer escadas – isto sem falar na prática de atividades físicas.
Não à toa, dados tamanha importância e frequente uso, o joelho é alvo de patologias que podem provocar fortes dores. E uma destas disfunções que desencadeiam dores e outros sintomas é a condropatia no joelho.
Em poucas palavras, o problema pode ser definido como o desgaste da cartilagem do osso conhecido como patela – esse circular localizado na parte frontal do joelho. No entanto, não falaremos apenas de maneira superficial sobre a condromalácia patelar. Neste artigo, vamos destrinchar o distúrbio, entendendo melhor suas causas e sintomas.
Também conhecida como condropatia patelar, a condromalácia patelar, como o nome já diz, acomete o joelho, mais precisamente o osso patela, que é de extrema importância para nossas atividades cotidianas. Entre suas funções, podemos citar o apoio extra ao corpo e a redução da pressão sobre os tecidos próximos.
A patela aumenta o braço de alavanca do quadríceps aumentando sua força em até 50%! Além disto, é parte fundamental na interligação entre dois dos maiores ossos do nosso esqueleto: o fêmur, o maior de todos, que fica na coxa, e a tíbia, o osso da popular “canela”.
E o que a condromalácia patelar faz é “amolecer” a cartilagem deste osso, em um processo de desgaste lento e progressivo, o que faz com que este tecido perca a capacidade de diminuir o atrito entre os ossos e absorver os impactos aos quais a região está sujeita.
Daí, o nome da disfunção, que vem da união de dois vocábulos oriundos do latim: chondros (cartilagem) e malacea (amolecimento). Da mesma forma, o termo condropatia: chondros (cartilagem e patia (doença).
A cartilagem patelar é a mais espessa do corpo humano, podendo atingir espessuras de 6mm até 1,0cm!
Mas o que exatamente causa o problema? Em movimentos de extensão e flexão do joelho – que são realizados quando subimos e descemos escadas ou nos agachamos, por exemplo – a patela desliza por uma espécie de calha, chamada de tróclea. E é neste vai-e-vem que ocorre o desgaste, que afeta de 70 a 80% da população mundial, segundo estudos.
Portanto, se o desgaste é acelerado quando realizamos a extensão e a flexão do joelho de forma inadequada. É natural que aqueles que praticam esportes caracterizados por tais movimentos – principalmente, os que envolvem corrida e saltos — estejam mais vulneráveis à condropatia patelar.
Entretanto, esta vulnerabilidade é somente para quem pratica esportes de alto nível, já que atividades físicas, na verdade, são um trunfo para se reduzir o risco de uma condromalácia patelar.
Quem não se exercita pode ter acelerado o processo de enfraquecimento do quadríceps, músculo da parte frontal da coxa que tem uma inserção na patela através do tendão patelar. Portanto, nada de vida sedentária!
Mas além dos esportes que nos exigem estender e flexionar, repetitivamente, o joelho, há ainda outras causas que podem desencadear o problema e que muitas vezes se sobrepões e podem ser mais importantes para o desgaste do que a própria atividade. Vejamos abaixo:
Anatomia – Algumas pessoas sofrem com displasias patelofemorais (incongruências entre a patela e a tróclea femoral), desalinhamentos do mecanismo extensor do quadríceps, a patela baixa ou alta, que consiste no posicionamento da patela acima ou abaixo do normal na tróclea. Nestes casos, quando o indivíduo realiza o movimento de flexão, o osso sofre uma pressão extra, o que acelera o desgaste da cartilagem. Esta pressão elevada também pode acometer quem tem os pés chatos.
Biomecânica – Outra alteração que aumenta o risco de uma condromalácia patelar é a dessincronização da contração dos músculos dos membros inferiores durante movimentos. A falta de ativação de alguns músculos, como o glúteo médio e mínimo e o vasto medial oblíquo, levam o joelho a fazer uma rotação para dentro, lateralizando a patela e, consequentemente, distribuindo de forma não uniforme a pressão, assim como nos casos de displasia.
Hiper frouxidão ligamentar – Quem tem uma maior mobilidade da patela, ou seja, uma flexibilidade articular acima do normal, também é um alvo em potencial da patologia. Em pessoas com esta característica, a patela fica instável, provocando uma pressão a mais na cartilagem medial (do lado de dentro) e na lateral (do lado de fora), ou são predispostas a luxações da patela, podendo ocorrer lesão da cartilagem, durante o deslocamento.
Idade – Chegar aos 30 anos pode significar jovialidade, mas quando o assunto é condromalácia patelar, é preciso estar atento desde já, pois é nesta faixa de idade que exames de imagem já começam a apontar os primeiros sinais de desgaste da cartilagem. E como não é sempre que os sintomas surgem de forma contundente, é importante levar em consideração pequenos desconfortos no joelho e procurar um ortopedista, que poderá fazer um possível diagnóstico e dar início ao tratamento, se for o caso.
Histórico de lesões – Indivíduos que já sofreram outras lesões no joelho estão mais sujeitos a um diagnóstico de condromalácia patelar do que aqueles que nunca tiveram qualquer problema na articulação.
Sobrepeso – Estar acima do peso é um fator de risco, não apenas pelos impactos no joelho serem maiores, mas também pela presença de substâncias inflamatórias produzidas pelas células do tecido gorduroso – conhecidas como interleucinas – que aceleram o desgaste da cartilagem.
Gênero feminino – São, basicamente, dois fatores que deixam mulheres mais vulneráveis do que homens à condromalácia patelar. Um deles é a queda, durante a segunda metade do ciclo menstrual, dos níveis de um hormônio conhecido como estrogênio, o que diminui a contração muscular e agrava o desgaste. E o outro é a reação muscular feminina, que, por ser mais lenta se comparada à masculina, aumenta o risco de sobrecarga da cartilagem, como comentado previamente.
Assim como a maioria dos distúrbios que acometem o joelho, a condromalácia patelar tem a dor como principal sintoma, sendo a região da frente a principal localidade. A tendência é que ela comece leve, dando sinais, principalmente, durante os movimentos de flexão e extensão, para depois evoluir.
Pacientes com o problema podem relatar também dor em torno da patela, principalmente ao flexionar a perna; inchaço, que pode levar à perda de força muscular do quadríceps; sensação de que a articulação está falseando e de crepitação (estalos); ardência no joelho quando se fica com a perna dobrada por um tempo considerável; e até atrofia, em casos mais graves.
Ao sentir os primeiros sinais de incômodo, a pessoa deve procurar um ortopedista, que fará uma avaliação dos sintomas, a fim de saber se é mesmo caso de condromalácia patelar. Para confirmar o quadro ou descartá-lo, o profissional deverá solicitar exames físico e de imagem, como raio-X e ressonância magnética.
Tratamento
O tratamento da condropatia patelar, assim como condropatias em outras regiões, varia desde medidas conservadoras, como condroprotetores e outras medicações, fisioterapia, passando por medidas minimamente invasivas, até cirurgias para recrontrução do defeito de cartilagem do indivíduo.
A condromalácia patelar – também conhecida como condropatia patelar – é uma patologia de evolução lenta e progressiva que acomete a cartilagem da patela, esse osso de forma circular localizado na parte frontal do joelho. Em pacientes diagnosticados com o distúrbio, nota-se um desgaste que provoca o amolecimento deste tecido conjuntivo, o que o faz perder sua capacidade de diminuir o atrito e amortecer os impactos aos quais é submetido nas nossas atividades diárias.
As causas para o desencadeamento do problema são várias, desde sobrepeso a alterações anatômicas e biomecânicas, passando, principalmente, pela repetição do ato de flexionar e estender os joelhos de forma inadequada. Durante estes movimentos, a patela passa diversas vezes por uma espécie de calha, chamada de tróclea. E é neste vai-e-vem que ocorre o desgaste, que afeta, segundo estudos, de 70 a 80% da população mundial – sendo a maioria de mulheres, as mais afetadas pela disfunção.
Ou seja, se movimentos básicos do nosso cotidiano, como sentar-se ou subir e descer escadas, podem provocar a condromalácia patelar – já que exigem flexão e extensão do joelho – então, todos nós estamos vulneráveis à patologia.
Portanto, se você sente fortes dores na parte frontal do joelho, tem a sensação de que a articulação está inchada, estalando ou falseando, então agende uma consulta, pois estes são sintomas da enfermidade e o tratamento precoce é sempre o mais eficaz.
Agora, se você gostaria de agendar uma consulta com ortopedista, ficarei feliz em poder ajudar. Atendo em São Paulo (Higienópolis e Itaim Bibi / Jardins) e Alphaville (Barueri / Santana de Parnaíba). Além disso realizo atendimentos por telemedicina com hora marcada.
Referência (em inglês)
-Condromalácia
-Condromalácia Patelar
-Tratamentos para Condromalácia