A duloxetina é um medicamento desenvolvido para tratar a depressão, mas cada vez mais usamos no consultório para tratar a dor crônica. Ela pode ser encontrada nas farmácias pelos nomes comerciais Cymbalta, Velija e Cymbi.
É um remédio que atua como inibidor da recaptação de noradrenalina e serotonina. A serotonina e a noradrenalina são neurotransmissores, ou seja, moléculas produzidas pelos neurônios para a transmissão de um impulso nervoso, para que as células nervosas conversem entre si.
Quando a gente tem um machucado os nervos transmitem essa informação ao cérebro, que processa e depois manda um estímulo novo para o machucado, para controlar a dor. Essa transmissão é feita com a serotonina e a noradrenalina.
Quando a pessoa apresenta uma dor crônica, essa interpretação da dor pelo cérebro e esse controle da dor realizado pelos nervos fica prejudicado.
Assim, remédios como a duloxetina aumentam o número desses neurotransmissores controlando a sensação da dor não no local do machucado, mas na interpretação pelo cérebro e nervos da pessoa.
A duloxetina é da mesma família da venlafaxina e a desvenlafaxina. São todos remédios duais, ou seja atuam em duas moléculas diferentes, diferente da fluoxetina que só controla a serotonina.
É um remédio que é controlado, mas não é tarja preta, ou seja, não causa dependência, vício, mas precisa de receita especial em duas vias. Ela existe na apresentação de comprimidos de 30 a 60 miligramas de liberação retardada e os comprimidos não podem ser quebrados ou divididos.
A duloxetina é um medicamento que serve para tratar a depressão, a ansiedade, a incontinência urinária, e a dor neuropática, que são dores relacionadas a um problema no nervo, a fibromialgia, dores crônicas como na artrose e outras dores generalizadas.
Geralmente os efeitos colaterais começam nas 2 primeiras semanas e diminuem com o tempo. Já o tempo de ação começa após 2 a 4 semanas e chega ao efeito máximo por volta de 6 a 8 semanas.
Por esse motivo começa-se com uma dose menor de 30 miligramas ao dia, que não é considerada uma dose terapêutica e aumenta até 60 a 120 miligramas por dia. Doses iguais ou maiores que 90 miligramas por dia são mais eficazes para a dor.
Como explicado, ela não age diretamente na dor, mas sim modulando o nosso sistema nervoso, por isso, não adianta tomar um remédio desses para controlar uma dor aguda.
A duloxetina geralmente é prescrita pela manhã e no almoço, pois ela pode levar a insônia e prejudicar o sono. Na verdade, entre os antidepressivos, é um dos que causa menos efeitos colaterais. Doses iguais ou maiores que 90 miligramas por dia são mais eficazes para a dor
Os principais efeitos colaterais são:Boca seca, náuseas, agitação, ansiedade, insônia, prisão de ventre, perda de apetite e peso, o que em algumas circunstâncias é uma vantagem em relação à amitriptilina, que é outro antidepressivo que se também usa pra dor.
Assim como outros antidepressivos ela pode diminuir a libido, mas possui menos efeitos que em outros antidepressivos e costuma melhorar com o tempo.
Como essa medicação possui poucos estudos em crianças, idosos e gestantes ela deve ser evitada.
O efeito da noradrenalina melhora a disposição dos pacientes, mas também pode aumentar a ansiedade no começo do tratamento. A noradrenalina também pode levar ao aumento da pressão arterial principalmente em doses maiores de 90 a 120 miligramas por dia, então, quem é hipertenso precisa ficar atento a isso e medir a pressão todo dia.
Não se deve parar de uma vez a duloxetina, porque pode levar a síndrome da descontinuação do uso, ou seja, a pessoa tem efeitos colaterais na falta do remédio, por tanto tem que diminuir progressivamente a dosagem a cada 15 dias aproximadamente. Isso não é dependência ou vício, mas que tem que ser tomado esse cuidado.
Como vocês viram a duloxetina é um remédio com uma série de particularidades e o tratamento da dor crônica deve ser individualizado. Por isso, é fundamental que não se automediquem com esse tipo de remédio e tenham um acompanhamento médico.
Além disso, a duloxetina não é um remédio barato e às vezes pode ser substituída pela amitriptilina, que é coberta pela SUS. Se ficou com alguma dúvida, gostaria de fazer alguma sugestão, ou alguma colocação, escreva abaixo nos comentários.
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REFERÊNCIA:
–Bula