Efeitos colaterais com remédios para dor – o que fazer?!

Olá, tudo bem? Seja bem-vindo ao meu blog!

Eu sou o Dr. Oliver, médico ortopedista e estou animado em escrever esse artigo, pois acho que vai ser um dos mais importantes que escrevi aqui até agora.

Hoje, eu vou explicar tudo sobre os efeitos colaterais dos principais remédios para dor crônica e como eu oriento meus pacientes para diminuir esses efeitos indesejados de remédios como a pregabalina, amitriptilina, duloxetina, Miosan, Musculare, gabapentina, Tramal, codeína, corticoides, anti-inflamatórios entre outros.

Espero que esse artigo dê uma luz no seu problema e ajude a encontrar uma solução.

Se preferir ver na forma de vídeo, este é um texto adaptado de um vídeo publicado no meu canal do YouTube:

Então vamos lá?

Eu resolvi escrever esse texto, porque até então o vídeo com mais visualizações e curtidas do meu canal é o da pregabalina, no momento que escrevo esse artigo, ele já teve perto de 2000 comentários e as opiniões dos remédios são muito divergentes:

Vou mostrar algumas aqui:

Como você pode ver, algumas pessoas amam esse remédio e outras odeiam. Mas porque isso acontece?

Isso, não acontece só com a pregabalina, maioria dos remédios que eu falo no meu canal, isso acontece, então vamos destrinchar esse tema completamente!

Eu vou começar falando do mais simples, que são os analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, depois eu vou explicar com mais calma sobre os remédios para dor crônica, que aí mora o perigo, a coisa não é tão simples assim.

Efeitos colaterais com analgésicos: o que fazer

Então começando pelos analgésicos, a gente tem desde a dipirona, o paracetamol, a codeína e o tramadol, como os mais conhecidos, até alguns que tem efeito analgésico e anti-inflamatório como o Ibuprofeno (Alivium / Advil) e o trometamol cetocorolaco (Toragesic / Deocil).

A dipirona costuma dar mais alergia ou deixar a pessoa mole, principalmente se ela usa com algum composto que dá sono, como o Dorflex e o Lisador.

Nesses casos a pessoa pode substituir pelo paracetamol (Tylenol).

Se a pessoa tem alergia ao paracetamol ou problema no fígado, pode fazer o contrário, substituir pela dipirona.

Efeitos colaterais com opioides: o que fazer

Já no caso dos opioides, os efeitos colaterais mais comuns são confusão mental, sonolência, náuseas e vômitos, intestino preso, ou não tem efeito na melhora da dor.

Dez por cento das pessoas não têm uma enzima que transforma a codeína no corpo, então se você não melhora da dor com o Paco ou o Tylex, não adianta insistir, melhor trocar pelo tramadol (Tramal).

Além disso, a codeína costuma prender mais o intestino, então aí é outro motivo para fazer a troca.

Tanto o Tramal quanto a codeína podem dar náuseas, vômitos, sonolência e confusão mental, mas esses dois primeiros são mais comuns no Tramal, principalmente quando aplicado na veia.

Então, o que dá para fazer é substituir o tramadol pela codeína, ou usar o Tramal retard, que tem uma liberação mais constante, dando menos efeitos colaterais.

É importante lembrar que o uso crônico desses remédios pode levar à dependência, então se for usar por muito tempo, precisa ver outra solução para não ficar viciado neles.

Já atendi muito paciente em pronto-socorro, viciado em Tramal e morfina hein! Cuidado!

Efeitos colaterais com anti-inflamatórios e corticoides: o que fazer

Agora, em relação aos anti-inflamatórios e corticoides, a conversa é mais simples.

Não se deve usar esses remédios por uso crônico, a não ser que você tenha algum problema reumatológico ou endocrinológico e aí a prescrição do corticoide, principalmente, deve ser feita e acompanhada pelo especialista.

Geralmente na ortopedia e dor crônica, a gente evita de prescrever por muito tempo.

Agora, se você está com gastrite tomando os principais anti-inflamatórios, como Profenid, Alginac, Tandrilax, Voltarem, Infralax, entre outros do mesmo tipo, as três principais soluções são:

  1. Usar remédios inibidores seletivos da COX-2, como o arcoxia e o celebra.
  2. Usar algum corticoide injetável, que costuma dar menos gastrite.
  3. Usar junto com um remédio para gastrite, como o omeprazol ou pantoprazol.

Uma alternativa que eu gosto bastante, são alguns remédios mais naturais, fitoterápicos, que diminuem a inflamação e dor sem tanto efeito colateral. Como por exemplo a garra do diabo, a cúrcuma, a diacereína e o próprio UC2, para quem tem artrose.

Efeitos colaterais com relaxantes musculares: o que fazer

Em relação aos relaxantes musculares, existem 3 principais: a ciclobenzaprina, que é o Miosan ou o Musculare, o baclofeno (Baclofen) e o Sirdalud, que é a tizanidina.

Tem ainda outros, que são prescritos junto com o Tandrilax e o Dorflex, como o carisosprodol e a orfenadrina.

A ciclobenzaprina, é um dos meus favoritos, mas ele costuma dar sono, o que para muitas pessoas é bom, já para outras nem tanto.

Se a sonolência costuma te fazer muito mal durante o dia, o recomendado é tomar uma dose baixa só à noite ou usar com cafeína, como o Miosan caf, aí tem gente que fica bem tomando até de dia.

Se não tem jeito, aí pode tentar substituir pelo baclofeno ou o Sirdalud, que costumam dar menos sono.

Nesses relaxantes musculares, dá para começar com uma dose mais baixa e ir aumentando conforme vai tolerando e se acostumando.

Esses foi um breve resumo, porque é até que mais simples lidar com esses remédios, mas agora vamos falar um pouco dos remédios para dor crônica, que também ajudam na ansiedade, insônia e depressão.

Efeitos colaterais com remédios adjuvantes para dor crônica – antidepressivos e anticonvulsivantes

Porque usar esses remédios para a dor

Esses remédios, não vão atuar tanto no lugar da dor, como um anti-inflamatório.

Eles vão modular a interpretação da dor pelo sistema nervoso, que às vezes tem similaridade nos mecanismos da ansiedade, depressão e convulsões, por exemplo.

Eles são muito bons pra pessoas com dor crônica, como fibromialgia, artrose, dores neuropáticas, como do ciático e dores na coluna e síndromes miofasciais. Mas como eles interferem na função dos neurônios, as pessoas podem ter efeitos colaterais diferentes, por isso, não existe uma receita de bolo para usar esses remédios e agora vamos ver sobre isso.

Efeitos colaterais com remédios para a dor: o que fazer

Primeira coisa que a gente precisa entender, é que cada corpo responde de uma forma aos medicamentos, medicina não é uma ciência exata.

Hoje todo mundo sabe que o cigarro dá câncer, mas tem gente que fuma a vida toda e não tem câncer de pulmão, e outras nem fumam e vão ter. Isso porque cada corpo funciona de uma forma.

A gente conhece os principais efeitos colaterais da pregabalina, gabapentina, duloxetina, amitriptilina etc., mas nada impede que a pessoa tenha outro efeito, é só ler a bula que você vê todo tipo de efeito colateral possível.

Geralmente, a pregabalina, a gabapentina e os antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina costumam dar sono e aumentar o apetite, por isso, se a pessoa tem insônia ou perda de apetite, eu costumo passar esses remédios.

Já antidepressivos duais, como a duloxetina e a desvenlafaxina, geralmente tiram o sono e o apetite, então são bons para a pessoa que precisa emagrecer como parte do tratamento.

Todos eles ajudam na ansiedade, então também é outro efeito legal desses remédios.

Isso é importante entender, para ser mais assertivo ao passar o remédio.

Como eu disse, cada um responde de uma forma e esses remédios demoram em média duas semanas para o corpo acostumar-se e começar a fazer efeito na dor.

Então, o ideal é começar com uma dose baixa, hoje tem comprimidos de pregabalina de 35mg e amitriptilina de 10mg e duloxetina de 30mg, pra pessoas mais sensíveis.

Se a pessoa vai tolerando, vai aumentando a dose semana após semana, até atingir o efeito terapêutico desejado com pouco ou nenhum efeito colateral.

Lembrando, os remédios que dão sono, como a pregabalina, se começa tomando apenas antes de dormir e os que tiram o sono, toma-se de manhã, como a duloxetina.

Se mesmo assim, a pessoa sobe um pouco a dose e continua sem melhora da dor ou ansiedade e tem efeito colateral, o que pode se fazer é tentar outro remédio, trocando um pelo outro ou associando duas medicações de mecanismo de ação diferente.

Por isso a gente insiste que esses remédios não devem ser usados sem acompanhamento médico, porque só uma pessoa experiente, vai conseguir ajustar a medicação da forma correta.

Agora, tem mais uma coisa fundamental que todo mundo com dor crônica, ansiedade ou depressão precisa entender.

Os remédios não são a cura do problema, precisa tratar a causa também. Os remédios ajudam a pessoa a sair da crise e ter forças e estímulo para conseguir seguir o tratamento.

Quando eu vou tratar a dor crônica dos meus pacientes, eu sempre gosto de orientar que não é só com remédio que se trata o problema, às vezes precisa emagrecer um pouco, corrigir a postura no trabalho e nas atividades físicas, tratar ansiedade e depressão, fazer alongamento e fortalecimento muscular, fisioterapia, exercícios, comer, descansar e dormir direito, além de outros tratamentos, como tratamento com ondas de choque, infiltrações e cirurgias em alguns casos.

Que eu explico melhor em outros artigos e vídeos! Aliás, se você se interessa no assunto convido para se inscrever no meu canal do YouTube e ver meus cursos gratuitos a respeito.

Também não adianta a pessoa ficar dependente de um monte de remédios para o resto da vida e aliás, se você quer saber sobre como parar de tomar esses remédios e continuar bem, vale à pena ver um outro artigo que eu explico sobre isso no meu blog (como se livrar dos remédios da dor).

Espero que gostado do artigo, e se você tem artrose, dor crônica ou outro problema ortopédico e precisa de acompanhamento, faço atendimentos em São Paulo e Alphaville (Barueri), assim como por telemedicina.

Agenda sua consulta! Grande abraço e até breve

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