Fratura de fêmur
Índice
1. Fratura de fêmur
2. Anatomia do fêmur
3. Sintomas de fratura do fêmur e seu diagnóstico
4. Tratamento de fratura do fêmur
5. Complicações e sequelas da fratura do fêmur
6. Conclusão
7. Referência
1. Fratura de fêmur
O fêmur (osso da coxa) é o maior e mais resistente osso do corpo humano, necessitando, na maioria das vezes, de traumas de alta energia para que ocorra a sua fratura. Entretanto, em idosos, é frequentemente afetado pela osteoporose, podendo sofrer fraturas com traumas leves.
A osteoporose pode enfraquecer este osso principalmente na região das suas extremidades (próximo às articulações), local onde o osso já apresenta por natureza uma porosidade aumentada, levando a fraturas na região do quadril e supracondilianas.
Quando os indivíduos apresentam uma fratura no fêmur a incapacidade é significante, os pacientes ficam limitados a posição deitada, pois qualquer movimento pode causar uma dor excruciante. Como citado anteriormente, para que suas fraturas ocorram, necessitamos de traumas de alta energia ou que ocorram em indivíduos idosos, muitas vezes debilitados. Isso faz com que a incidência de óbitos seja maior nos pacientes com fraturas do fêmur, quando comparado às fraturas em outros ossos do corpo.
Em um estudo de revisão da literatura, realizado pela Faculdade de Medicina da USP, foi observado que 5,5% dos pacientes idosos com fratura de fêmur faleceram durante a internação e em um prazo de um ano após a fratura a taxa de mortes foi próxima de 20%.
Os pacientes jovens também estão expostos a uma taxa elevada de mortes, que podem ocorrer por embolia gordurosa, tromboembolismo pulmonar, lesões associadas de outros órgãos e choque hemorrágico.
Nos pacientes pediátricos, principalmente bebês até os 2 anos de idade, são muito associadas a caso de maus tratos. Aproximadamente 80% das fraturas do fêmur em bebês de colo (que ainda não aprenderam a andar), são decorrentes a maus-tratos.

Fixação Cirúrgica De Fratura Do Fêmur Com Haste
2. Anatomia do fêmur
Como comentado anteriomente, o fêmur é o maior osso do corpo humano, podendo representar até 25% da altura do indivíduo e, assim como os outros ossos longos, se divide em três segmentos principais: o proximal, que inclui a articulação do quadril; o diafisário, que é o eixo longo do osso; e o distal, que compõem a articulação do joelho. Na região proximal observamos a cabeça (que articula com a pelve no acetábulo), o colo femoral e os trocâteres maior e menor. Na região distal, temos dois côndilos (superfícies arredondas que articulam com a tíbia) e a superfície troclear (que articula com a patela – rótula).
3. Sintomas de fratura do fêmur e seu diagnóstico
Pacientes com fraturas desviadas do fêmur, geralmente apresentam algum grau de deformidade, limitação do movimento e não conseguem apoiar o membro inferior para caminhar. Fraturas sem desvio ou estáveis, não costumam apresentar deformidades, porém em todos os casos os pacientes vão referir desconforto ou limitação para andar e apoiar o membro.
Ao avaliar um paciente com suspeita de fratura do fêmur, é muito importante lembrar da alta incidência de lesões associadas, em pacientes jovens, mais de 20% podem apresentar lesões ligamentares na região do joelho e 10% das fraturas diafisárias podem ter uma fratura do colo do fêmur associada.
Na maioria dos casos o diagnóstico é feito com radiografias, onde podemos ver traços de fraturas menores ou maiores, tanto na região do quadril, quanto da diáfise e joelho. Casos onde não observamos fraturas no fêmur ou nos ossos próximos a ele (como na bacia) e o paciente persiste com dor importante devemos ficar atentos quanto às fraturas ocultas na região do quadril. Estas fraturas são muito mais frequentes em idosos e devem ser investigadas com ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
4. Tratamento de fratura do fêmur
O tratamento conservador para fraturas do fêmur é menos frequente em adultos, sendo reservado para fratura com pouco desvio dos trocânteres em pacientes idosos. Pode ser também uma opção em pacientes pediátricos, através do uso do calção gessado. Esta técnica apresenta resultados adequados, quando bem indicada e realizada.
A grande maioria das fraturas do fêmur devem ser tratadas de forma cirúrgica, pois a limitação, incapacidade, tempo até recuperação e risco de sequelas são elevados. Os pacientes com fraturas do fêmur não operados ficam acamados, com risco elevado de trombose, pneumonia, infecção urinária, atrofia muscular e formação de feridas. Desta forma, o tratamento deve ser realizado o mais precocemente possível respeitando a parte clínica do paciente.
– Fraturas que acontecem próximas à região do joelho geralmente são tratadas com placas e parafusos, sempre procurando reconstruir a anatomia da articulação e alinhamento do membro.
– Fraturas que ocorrem na região da diáfise geralmente são tratadas com hastes intramedulares (bloqueadas para adultos e flexíveis para crianças – quando não indicado o gesso)
– Fraturas que ocorrem na região do quadril podem ser tratadas com uma variedade maior de técnicas, que incluem: placas e parafusos, hastes intramedulares e artroplastia do quadril.
Recuperação pós-operatória da fratura do fêmur
Todos os métodos de fixação do fêmur permitem mobilização precoce e carga parcial com andadores ou muletas. A quantidade de apoio no membro operado vai depender da gravidade da lesão, lesões associadas (como fraturas do membro superior – que podem impedir o uso de muletas), implante utilizado para a fixação da fratura e capacidade funcional do paciente.
Todos os pacientes devem iniciar a deambulação precoce e a fisioterapia com o objetivo de diminuir as complicações do imobilismo. Pacientes que foram submetidos à colocação de prótese do quadril (artroplastia), devem evitar a flexão maior que 90 graus, adução e rotação interna, devido ao risco de luxação da prótese, principalmente na fase inicial de cicatrização dos tecidos.
5. Complicações e sequelas da fratura do fêmur
As complicações são extremamente variáveis, mas percebemos que as complicações são maiores e mais graves quando não é indicado o tratamento cirúrgico precoce.
– Embolia gordurosa
– Trombose venosa profunda
– Consolidação viciosa (osso “torto” ou mais curto)
– Pseudoartrose ou retardo de consolidação
– Escaras/feridas, pelo tempo prolongado acamado
– Pneumonia
– Tromboembolismo pulmonar
– Infecção
– Óbito

Desvios Musculares Na Fratura Do Fêmur
6. Conclusão
Como discutido anteriormente, percebemos que o tratamento das fraturas do fêmur deve ser lidado com seriedade, com acompanhamento por um ortopedista com especialização em traumatologia, em conjunto com equipe multidisciplinar, que inclui, clínico geral, fisioterapeuta, enfermeiro e geriatra no caso de idosos.
O melhor tratamento é o preventivo, procurando utilizar proteções e equipamentos adequados em situações onde há exposição para traumas de maior energia (como no motociclismo). É fundamental o tratamento de eventuais doenças que enfraqueçam os ossos e músculos, como é o caso da osteoporose e sarcopenia, respectivamente.
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7. Referência:
-Estudo da mortalidade na fratura do fêmur proximal em idosos