Fratura do Antebraço


Índice

1. Recuperação e Tratamento da Fratura do Antebraço
2. O que é o antebraço e quais seus ossos?
3. Características das fraturas
4. Sintomas e Diagnóstico
5. Fratura no antebraço em Crianças
6. Fratura de Antebraço em Idoso
7. Traumas de maior Energia
8. Recuperação após a fratura
9. Complicações
10. Referência

1. Recuperação e Tratamento da Fratura do Antebraço

Os ossos do antebraço estão entre o mais fraturados do corpo, sendo a região do punho a mais frequente.

2. O que é o antebraço e quais seus ossos?

O antebraço (parte do membro superior localizada entre o cotovelo e o punho) é composto por dois ossos, o rádio e a ulna. Estes dois ossos articulam entre sim dando movimento de rotação do antebraço, também conhecido como prono-supinação. Os ossos do antebraço também se articulam com o úmero, na articulação do cotovelo, e com os ossos do carpo, na região do punho.

3. Características das fraturas

As fraturas que acometem os ossos do antebraço são frequentes em todas as faixas etárias, de crianças a idosos vítimas de quedas, ou ainda, resultantes de traumas de maior energia, principalmente em adultos jovens. As características dessas fraturas e seu tratamento, entretanto, são diferentes entre estas faixas etárias.

4. Sintomas e Diagnóstico

De histórico, quase todos os pacientes vão referir algum tipo de trauma e os principais sintomas das fraturas do antebraço são:

  1. Dor intensa
  2. Edema (inchaço)
  3. Hematoma ou equimose (coloração roxa)
  4. Limitação do movimento
  5. Deformidade
  6. Ferimentos na pele

Na maioria dos casos basta a radiografia para se fazer o diagnóstico, mas em casos onde há fratura nas articulações, a tomografia pode ser necessária.

Por conta da complexidade de movimentos exercido pelos ossos do antebraço e suas respectivas articulações, geralmente é necessário a redução anatômica entre os fragmentos, ou ao menos reestabelecimento do alinhamento e contorno adequado dos ossos. O osso imaturo da criança permite remodelamento ósseo ao longo dos anos, corrigindo eventuais deformidades ocasionadas da consolidação da fratura. Assim, em crianças a grande maioria das fraturas são tratadas de forma não cirúrgica (conservadora), ou minimamente invasiva, com fios de aço.

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5. Fratura no antebraço em Crianças

Como discutido anteriormente, nas crianças tolera-se um grau maior de desvio entre os fragmentos, permitindo um tratamento não cirúrgico com gesso ou talas de imobilização. Exceto em casos de exceção, realiza-se uma redução (alinhamento) da fratura o mais próximo possível da anatomia original, em seguida é colocada a imobilização com o objetivo de manter o alinhamento conseguido. Neste caso onde é feita a redução da fratura, deve se manter o mesmo gesso durante o tratamento, exceto quando ocorre perda da redução com desalinhamento significativo.

A medida que as crianças envelhecem e se tornam adolescentes e adultos jovens, o osso perde essa capacidade de adaptação, tolerando menos desvio entre os fragmentos ósseos, necessitando eventualmente de tratamento cirúrgico. Existem exceções para se indicar o tratamento conservador em jovens e crianças, impossibilidade de alinhamento adequado dos ossos (que pode ocorrer por interposição de tecidos e características específicas da fratura), inchaço significativo que limita a colocação do gesso, fraturas expostas e lesão de outros tecidos moles como nervos artérias e veias.

As regiões mais frequentemente afetadas nas crianças são as fraturas do rádio na região do punho, muitas vezes afetando a placa de crescimento do osso, e as fraturas no meio do osso, também conhecida como diáfise. Felizmente, a grande maioria tem uma boa evolução, quando bem indicado o tratamento da fratura.

6. Fratura de Antebraço em Idoso

As fraturas dos ossos do antebraço no idoso ocorrem principalmente na região do punho, afetando mais o rádio. São conhecidas por serem relacionadas a osteoporose. Elas ocorrem na maioria das vezes, por mecanismos de quedas ao solo onde o paciente tenta se proteger da queda. Nesta região, existem critérios bem estabelecidos de instabilidade e irredutibilidade (impossibilidade de colocar no lugar e manter-se na posição), utilizados para se indicar ou não o tratamento cirúrgico ou conservador com a imobilização gessada.

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7. Traumas de maior Energia

Nos adultos jovens, essas fraturas são mais frequentes em traumas de maior energia ou atividades esportivas. Podem acometer todas as regiões do antebraço, desde fraturas no punho até o cotovelo. Por se tratarem de lesões mais graves, muitas vezes esses pacientes são tratados de forma cirúrgica, tanto para a perfeita função do antebraço quanto para recuperação mais rápida.

As fraturas na região do cotovelo são menos frequentes mas de igual importância. As principais são as fraturas da cabeça ou colo do rádio e as fraturas do olécrano da ulna. A maior parte das fraturas do rádio nesta região são de tratamento conservador, por outro lado, as fraturas do olécrano costumam ser de tratamento cirúrgico, pois o tríceps braquial, que se insere nesta região, desvia a fratura.

Os dois principais tipos de fixação cirúrgica são por meios de fixação com placas e parafusos ou fios e hastes metálicas. Nas crianças as placas e parafusos são evitadas, dando preferência para os fios e hastes metálicas, o que são minimamente invasivas e são removidas após a consolidação da fratura. Por outro lado, nos adultos, a grande maioria das fraturas dos ossos do antebraço são tratadas com placas e parafusos, pois permitem a redução anatômica e fixação estável, permitindo mobilidade precoce.

O tratamento cirúrgico das fraturas da cabeça do rádio apresentam algumas particularidades. Pode-se realizar a fixação cirúrgica com placas e parafusos específicos (mini e micro fragmentos), realizar a remoção dessa parte do osso e substituição ou não por uma prótese metálica.

8. Recuperação após a fratura

O tempo médio de consolidação das fraturas dos ossos do antebraço é de aproximadamente 6 semanas, variando com a gravidade da fratura, doenças do paciente (como diabetes e insuficiência renal), tabagismo, idade do paciente, uso de anti-inflamatórios, entre outros fatores. Neste período, os pacientes devem permanecer imobilizados quando o tratamento indicado é conservador ou com fios e hastes metálicas. Por outro lado, a fixação com placas e parafusos permite uma movimentação precoce após a cirurgia.

9. Complicações

Devemos alertar também quanto ao risco de complicações. Entre elas podemos citar: deformidade óssea, limitação do movimento, falha de consolidação (pseudoartrose), infecção, perda de força e sensibilidade, complicações da anestesia, entre outros. O diagnóstico precoce e tratamento adequado são importantes para um bom resultado. Felizmente, o índice de complicações é baixo, quando tratado por um especialista capacitado.

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10. Referências:

– Fraturas no antebraço em crianças e adolescentes

– Fratura de antebraço em adultos (em inglês)

– Fratura na Ulna e no Rádio (em inglês)

– Tratamentos apra fratura de antebraço (em inglês)

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