Fratura e luxações do pé e tornozelo
Índice
1. Fratura e luxações do pé e tornozelo
2. Anatomia do pé e tornozelo
3. Epidemiologia e mecanismo de trauma
4. O que é luxação no pé e tornozelo?
5. Luxação no pé e luxação no tornozelo
6. Diagnóstico de fratura do pé e tornozelo
7. Tratamento de luxações do tornozelo e do pé
8. Tratamento de fraturas do tornozelo e do pé
9. Recuperação de fratura e luxação do pé e tornozelo
10. Conclusão
11. Referência
1. Fratura e luxações do pé e tornozelo
As fraturas que ocorrem na região do pé e tornozelo estão entre as mais frequentes no pronto socorro ortopédico. Percebemos que isto ocorre, pois da mesma forma que a mão permite a interação com o ambiente e atividades com os membros superiores, o pé e tornozelo estão a todo momento em contato com o ambiente através do solo, durante nossa locomoção e movimentação no dia a dia.
Os pés são suscetíveis a traumas diretos com fraturas dos dedos, ao chutar algum objeto involuntariamente, ou suscetíveis a traumas torcionais, levando a fraturas principalmente na região do tornozelo e dos metatarsos.
As articulações do pé e tornozelo, são articulações pequenas, mas que tem a função de suportar todo o peso corporal, desta forma, qualquer lesão menor nessas articulações, pode levar a artrite e artrose precoce, com limitação significativa para a locomoção no dia a dia.
As lesões e sequelas nessa região, podem provocar, além do prejuízo funcional, prejuízo psicológico e social, pois quando essas lesões são incapacitantes, os pacientes podem ficar limitados ao uso de muletas, andadores e outras imobilizações, além da própria dor, que diminui sua vontade e capacidade para fazer atividades no trabalho, atividades esportivas e sociais.

2. Anatomia do pé e tornozelo
O tornozelo é composto pela articulação da tíbia, da fíbula e do tálus (osso acima do calcâneo – osso do calcanhar). O que dá estabilidade para esta articulação é o encaixe do talus dentro da pinça formada pelos maléolos (proeminências nas laterais do tornozelo) e seus ligamentos.
Da mesma forma que na mão, o pé é dividido entre os ossos do tarso e metatarso e dedos (composto pelas falanges). Na região do tarso temos o osso do tálus, o calcâneo, o navicular, o cubóide e 03 cuneiformes. Temos ainda 5 metatarsos (um referente a cada dedo do pé), duas falanges no hálux (“dedão”) e no dedo mínimo (“dedo mindinho”), três falanges nos demais dedos (o dedo mínimo pode ter três também).

3. Epidemiologia e mecanismo de trauma
A fratura do calcâneo responde por 60% das fraturas do tarso, comumente ocorre de mecanismos de quedas de altura, as fraturas dos demais ossos do tarso ocorrem com maior frequência de acidentes motociclísticos e também quedas. As fraturas mais frequentes na região do pé e tornozelo ocorrem no maléolo lateral da fíbula, quinto metatarso (principalmente por trauma torcional) e fratura dos outros metatarsos e dedos, e por traumas diretos, como ao chutar involuntariamente algum objeto, ou queda de objetos sobre o pé.
4. O que é luxação no pé e tornozelo?
Luxação é o termo médico que se refere a um deslocamento da articulação perdendo a sua congruência articular. Muitas pessoas se confundem com o edema, a contusão ou o entorse do tornozelo ou pé, nessas situações existe inchaço e mudança de coloração, mas a articulação está integra.
5. Luxação no pé e luxação no tornozelo
As luxações ocorrem com maior frequência por traumas torcionais, principalmente nos dedos. Sendo dúvida a luxação no dedo do pé é a mais frequente! Quando elas ocorrem em outras regiões, como luxação de tornozelo, tarso e metatarso, são lesões mais graves, muitas vezes associadas a fraturas, com risco de sequelas permanentes, se não forem tratadas de forma adequada e precoce.

6. Diagnóstico de fratura do pé e tornozelo
O diagnóstico é feito baseado na história e mecanismo do trauma do paciente, e permite a suspeita de lesões específicas. O exame físico é fundamental para confirmar essas suspeitas, procurando por deformidades, avaliando a sensibilidade dolorosa, a sensibilidade tátil, limitações de movimento, alteração da cor e edema (inchaço).
O exame de imagem básico para identificar fraturas e luxações do pé e tornozelo é a radiografia. Através dela podemos avaliar traços de fraturas nos ossos e congruência das articulações. Eventualmente, podemos indicar a realização da tomografia computadorizada para avaliar fraturas na região do tornozelo, tarso e metatarso. Raramente a ressonância é indicada, sendo mais indicada para avaliar fraturas ocultas que não são percebidas no raio-x ou na tomografia, ou para quantificar lesões ligamentares, quando necessário.

7. Tratamento de luxações do tornozelo e do pé
As luxações são consideradas urgências na ortopedia, desta forma, quando ocorre o deslocamento da articulação ela deve ser reduzida, ou seja, os ossos devem ser colocados no lugar, evitando a morte das células de cartilagem da articulação afetada.
É importante lembrar que luxação não é apenas quando temos um inchaço e alteração da coloração da pele, a luxação ocorre quando temos um deslocamento dos ossos na região da articulação. A suspeita da luxação é feita baseada no exame físico, mas muitas vezes é necessário realização de radiografias e exames complementares.
É importante lembrar que o diagnóstico e tratamento, incluindo a redução da luxação deve ser feita por um médico especialista em ortopedia, pois a redução pode apresentar complicações ou não ser suficiente para o tratamento definitivo. Geralmente, as luxações quando estão associadas a fraturas são muito mais instáveis, necessitando de tratamento cirúrgico.

8. Tratamento de fraturas do tornozelo e do pé
Podemos realizar o tratamento conservador com imobilização nas fraturas com pouco desvio ou fraturas estáveis, ou seja, fraturas que não se movimentam ou se movimentam muito pouco com o peso corporal. A imobilização pode ser feita com esparadrapagem nos dedos, e gesso ou robofoot para fraturas no restante do pé e tornzelo. Quando temos incongruência na articulação ou instabilidade devemos sempre pensar no tratamento cirúrgico, para pleno funcionamento futuro e minimizar o risco de artrose.
Lesões associadas, como pele, tendões, nervos, vasos e ligamentos podem interferir ir na decisão, para o tratamento cirúrgico. Essas lesões pedem se agravar e muitas vezes devem ser tratadas com certa urgência. É importante sempre lembrar que as articulações do pé e do tornozelo são responsáveis por suportar todo o peso corporal, sendo a conduta adequada fundamental para o desfecho final.
Os materiais utilizados para fixação das fraturas geralmente são placas e parafusos e fios de aço (Kirshner). São implantes com boa resistência, permitindo a movimentação precoce, porém o apoio do peso corporal deve ser evitado durante o processo de consolidação.

9. Recuperação de fratura e luxação do pé e tornozelo
A recuperação é muito variável dependendo da gravidade da fratura e da escolha do método de tratamento inicial. Pacientes com fraturas estáveis em tratamento conservador, com esparadrapagem ou robofoot podem ser liberados para carga parcial ou total desde o início do tratamento. Pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico devem permanecer ao menos de 4 a 8 semanas com restrição de carga com uso de muletas ou andador.
Os pontos são retirados com aproximadamente 15 dias e os fios de aço com aproximadamente 6 a 12 semanas.
É importante lembrar sempre que a colaboração e o treinamento com fisioterapeuta são fundamentais para o melhor resultado possível no tratamento. Principalmente nos casos onde o paciente permanece sem encostar o pé no chão, a fisioterapia é essencial, pois ocorre o uma perda significativa de massa muscular, equilíbrio e movimento. Muitas vezes esses pacientes necessitam reaprender a caminhar com o membro operado, processo esse que ocorrem relativamente rápido.
10. Conclusão
Existe uma variedade muito grande de lesões que podem ocorrer na região do pé e tornozelo, com condutas variando desde uma imobilização simples, com esparadrapagem, até cirurgias complexas com placas e parafusos. Tratando-se de um segmento corporal relativamente pequeno e que suporta todo o peso corporal, a indicação do tratamento adequado é fundamental para um resultado bom a longo prazo.
Se você gostou desse artigo ou está com alguma dúvida, deixe seus comentários e sugestões abaixo. Agora se você está com uma fratura na região do pé ou com alguma sequela agende uma consulta comigo (Dr. Oliver Ulson), ficarei feliz em poder ajudar.