A gabapentina é um remédio mais antigo, da mesma classe da pregabalina, e foi desenvolvida para o uso como anticonvulsivante. Mas conforme seu uso no mercado, foi percebida como uma medicação importante para o controle de alguns tipos de dor.
Nas farmácias, ela pode ser encontrada pelos nomes comerciais de Neurotin, Gabaneurin e Empak. Esses medicamentos estabilizam os neurônios com convulsão e neurônios que causam a dor crônica e neuropática, que é aquela dor relacionada a um problema no nervo, como na diabetes e dor do nervo ciático.
Quando a gente tem um machucado, os nervos transmitem essa informação ao cérebro, que processa e depois manda um estímulo novo para o machucado, para controlar a dor. Essa transmissão é feita com a ativação de neurotransmissores, que são moléculas que transmitem uma informação de um neurônio ao outro, ela é chamada de sinapse.
Essas moléculas ativam proteínas nas membranas dos neurônios que levam a um estímulo elétrico carregando as informações de um lugar ao outro no corpo, pelos nervos. Quando a pessoa apresenta uma dor crônica, essa interpretação da dor pelo cérebro e esse controle da dor realizado pelos nervos fica prejudicado.
Assim, remédios como a gabapentina, controlam essas proteínas de membrana dos neurônios na sinapse, tornando mais estáveis, controlando convulsões e a sensação da dor mas não no local do machucado, e sim na interpretação pelo cérebro e nervos da pessoa.
A gabapentina é um remédio que é controlado, mas não é tarja preta, ou seja, não causa dependência, vício, mas precisa de receita especial em duas vias. É indicada então para, epilepsia, convulsões, dores neuropáticas, como ciática e neuropatia diabética, dores crônicas, fibromialgia, lombalgia e, eventualmente, insônia e ansiedade.
Ela existe em comprimidos de 300, 400 e 600mg, e a dosagem usada no tratamento pode variar de 900 até 3600 miligramas por dia, dependendo de cada caso. Os principais efeitos colaterais incluem aumento do apetite e ganho de peso, boca seca, sonolência, tontura, dores de cabeça, intestino preso ou diarréia.
É um medicamento contraindicado para gestantes, mulheres amamentando, crianças pequenas, alérgicos e pessoas com problemas nos rins. O álcool potencializa os efeitos colaterais e os antiácidos como hidroxido de alumínio de magnésio, diminuem a absorção do remédio.
Assim como em outros anticonvulsivantes e alguns antidepressivos, no início a gente sente mais efeito colateral e menos efeito terapêutico principalmente nas 2 primeiras semanas e o tempo para o início do efeito terapêutico é em torno de 2 e 4 semanas com um efeito máximo demorando de 6 a 8 semanas.
Geralmente deve-se começar com uma dose menor à noite ou duas vezes ao dia e aumenta-se progressivamente com o tempo, podendo depois fracionar a dose em 03 tomas ao longo do dia, conforme a pessoa se acostuma com o remédio.
Isso é feito para diminuir os efeitos colaterais, que principalmente são o sono e a confusão mental. Se você está tendo efeitos colaterais ruins nas primeiras duas semanas, tenha calma, que na grande maioria das vezes esses efeitos diminuem.
Como explicado, ela não age diretamente na dor, mas sim modulando o nosso sistema nervoso, por isso, não adianta tomar um remédio desses para controlar uma dor aguda.
A gabapentina, possui uma maior chance de efeitos colaterais que a pregabalina e a absorção é mais difícil de controlar, sendo mais fácil de ajustar a dosagem.
A absorção do remédio pelo intestino não acontece de forma linear, quanto mais a gente ingere esse remédio, proporcionalmente vai ficando menor a disponibilidade, por isso as vezes chega-se a administrar até 3600mg por dia.
Existem questões individuais de adaptação aos remédios e o custo da pregabalina é mais alto, assim, eventualmente, damos preferência por um remédio ou outro.
Não se deve parar de uma vez a gabapentina, porque pode levar a síndrome da descontinuação do uso, ou seja, a pessoa tem efeitos colaterais na falta do remédio. Por tanto, tem que diminuir progressivamente a dosagem por um período mínimo de uma semana, podendo se estender. Isso não é dependência ou vício, mas que tem que ser tomado esse cuidado.
Como vocês viram, a gabapentina é um remédio com uma série de particularidades e o tratamento da dor crônica deve ser individualizado. Por isso, é fundamental que não se automediquem com esse tipo de remédio e tenham um acompanhamento médico.
Se ficou com alguma dúvida, gostaria de fazer alguma sugestão, ou alguma colocação, escreva abaixo nos comentários. Agora se necessita agendar uma consulta, atendo como ortopedista em São Paulo (Itaim Bibi e Higienópolis) e Alphaville (Barueri/Santana de Parnaíba) e por telemedicina.
REFERÊNCIA:
–Bula