Lesões do ligamento colateral lateral e canto posterolateral do joelho


Índice

1. Lesões do ligamento colateral lateral e canto posterolateral do joelho
2. Anatomia do Canto Posterolateral
3. Mecanismo de Trauma
4. Sintomas e Exame físico da lesão do LCL e CPL
5. Classificação
6. Tratamento do ligamento colateral lateral
7. Conclusão
8. Referência

1. Lesões do ligamento colateral lateral e canto posterolateral do joelho

O ligamento colateral lateral (LCL), ou ligamento colateral fibular, é uma das três principais estruturas que compõem o canto posterolateral (CPL). Da mesma forma que ligamento colateral medial(LCM) está para o lado interno, o LCL é o principal estabilizador estático na região lateral do joelho, responsável pela proteção contra forças em varo (joelho forçado para fora).

As lesões do ligamento colateral lateral ocorrem com menor frequência quando comparadas as lesões do LCM e dos ligamentos cruzados anterior (LCA) e posterior (LCP). De todas as lesões do LCL, apenas 25% são isoladas, os outros 75% ocorrem com associação de outras estruturas, como ligamentos, tendões e meniscos.

2. Anatomia do Canto Posterolateral

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O CPL está situado na face externa (lateral) do joelho. É composto por estruturas ligamentares, tendinosas e musculares que exercem estabilização estática e dinâmica. Elas incluem o próprio ligamento colateral lateral, além do ligamento popliteofibular, tendão do poplíteo, trato iliotibial, bíceps femoral e gastrocnêmio lateral.

Como podemos perceber trata-se de uma região com muitas particularidades, e uma avaliação minuciosa através de uma história bem tirada, um exame físico adequado e exames complementares são fundamentais para o diagnóstico e tratamento adequado dessas lesões.

3. Mecanismo de Trauma

A lesão pode ocorrer decorrente de um trauma na face interna do joelho quando esticado, levando a uma instabilidade em um único plano, ou pode apresentar como mecanismo de lesão, movimentos indiretos decorrentes de movimentos rotacionais de flexão e varo (esforço do joelho para fora).

Muitos desses pacientes apresentam lesões decorrentes de mecanismos de maior energia como acidentes motociclísticos e esportes de contato ou radicais. Dessa forma, são mais comuns em pacientes ativos e a sua lesão provoca muita limitação para o retorno das suas atividades habituais.

4. Sintomas e Exame físico da lesão do LCL e CPL

Como exposto acima, são lesões traumáticas onde os pacientes vão referir no quadro agudo, dor, edema (inchaço), derrame articular (“líquido no joelho”), equimose (roxo), limitação do movimento e muitas vezes falseio na articulação do joelho.

Casos de lesão crônica podem apresentar deformidades e flambagem (“jogo” na articulação) ao caminhar ou ficar na posição em pé.

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Para a avaliação específica da função ligamentar do ligamento colateral lateral, semelhante a avaliação do LCM, fazemos os testes de estresse em varo com joelho esticado e com 30 graus de flexão, apoiando a parte interna do joelho com uma mão e com a outra forçando a região externa do tornozelo de forma contrária, para dentro. Nos casos positivos para lesão observamos uma frouxidão e a abertura da articulação na parte lateral do joelho. Como a incidência de lesões associadas é muito alta não podemos nunca esquecer de avaliar os outros ligamentos do joelho (LCA, LCP e LCM).

5. Classificação

A classificação das lesões do CPL é semelhante à dos outros ligamentos (principalmente do LCM):

– Grau I: entorse do ligamento colateral lateral, até 5 mm de abertura articular.
– Grau II: lesão ligamentar parcial, entre 5 e 10 mm de abertura lateral.
– Grau III: lesão ligamentar total, maior 10 mm de abertura articular.

6. Tratamento do ligamento colateral lateral

Tratamento Conservador

Para as lesões grau I e II, com instabilidade lateral em um único plano (30º de flexão), é optado pelo tratamento conservador com crioterapia (gelo local), analgésicos, imobilizador do tipo Brace e protocolo de fisioterapia individualizado.

Tratamento Cirúrgico

Para os pacientes que persistem com sintomas após o tratamento conservador, ou apresentam instabilidade rotatória sintomática, avulsão óssea, lesão grau III (em 30º de flexão), deformidade em varo e dificuldade para caminhar, são indicados à cirurgia para reconstrução ligamentar das estruturas lesadas. Frequentemente estes pacientes apresentam lesões associadas, como do LCP e LCA, dificultando a recuperação sem cirurgia.

Existem diversas técnicas cirúrgicas para reconstruir a parte ligamentar lateral do joelho, variando em complexidade, lesões associadas e preferência do cirurgião. A título de curiosidade as mais utilizadas são as técnicas de Fanelli e LaPrade.

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7. Conclusão – lesão ligamento colateral lateral

Como vimos, as lesões do ligamento colateral lateral podem ser limitantes, pois na maioria das vezes estão associadas a lesões de outras estruturas. Desta forma, podem ocasionar, quando não tratadas de forma adequada, deformidades no membro inferior, dor incapacitante e dificuldade para caminhar, pior que em lesões dos outros ligamentos do joelho. Felizmente são lesões mais raras que as lesões do ligamento colateral medial, ligamento cruzado anterior e ligamento cruzado posterior.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para um bom resultado e retorno às suas atividades “pré lesão”.

8. Referência

–O que é a lesão no LCL (em inglês)

–O que é o LCL (em inglês)

–Anatomia e avaliação das lesões no LCL (em inglês)

–Tratamento conservador para LCL grau III(em inglês)

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