Se o ser humano consegue caminhar, correr, saltar, agachar, sentar e realizar outros inúmeros movimentos fundamentais para a sua rotina – e por que não dizer sobrevivência? – muito ele deve ao joelho.
E por trás do protagonismo desta articulação localizada entre a coxa e a popular canela, está a patela. Aliás, por trás, não. Pela frente!
Este pequeno osso localizado na parte frontal do joelho, ao contrário do que o seu reduzido tamanho pode sugerir, tem uma grande importância para as nossas atividades diárias.
E como costuma acontecer com as articulações mais vitais do corpo humano, a exigência sobre o joelho pode ser demasiada.
E quando há excesso, o resultado pode ser uma série de lesões, entre elas, a temida tendinite patelar, que, em muitos casos, somente é revertida com o auxílio de uma eficaz e moderna técnica conhecida com terapia de ondas de choque.
Mas antes de falar sobre este método, vamos entender melhor como se dá esta complexa patologia.
Tecnicamente classificado como um nódulo ossificado inserido nos tendões do joelho, a patela tem funções indispensáveis para o bom funcionamento da articulação.
São elas: oferecer apoio extra à região; reduzir a pressão sobre os tecidos próximos; e interligar dois dos maiores ossos do nosso esqueleto, no caso, o fêmur, o maior de todos, que fica na coxa, e a tíbia, o da canela.
Podem ser gatilhos para um quadro de tendinite patelar a sobrecarga e os excessivos impactos, que acarretam concentração de força nos joelhos, em vez da sua distribuição por todo o corpo.
Porém, é bom que se explique também que a inflamação não acomete exatamente a patela, mas, sim, o tendão patelar, estrutura tendínea encontrada logo abaixo do osso, ligando-o à tíbia.
Esclarecido o detalhe, falemos mais sobre as causas da tendinite patelar. Também conhecida como joelho de saltador – pelo fato de o estudo pioneiro, de 1973, ter usado como objeto de análise atletas norte-americanos de salto em distância – a disfunção não afeta somente quem pratica esportes profissionalmente.
Pessoas acima do peso, com joelhos valgos (direcionados “para dentro”, forçando os pés “para fora”) e pernas de comprimentos diferentes também podem ser acometidos.
Em caso de dor – que, dependendo da gravidade do quadro, pode ir de leve a intensa, podendo também causar inchaço e limitação de movimentos – o indivíduo deve procurar um ortopedista.
Após analisar a situação do paciente e diagnosticar a tendinite patelar – através de métodos como testes funcionais e exames físicos ou de imagens, como ultrassonografia e ressonância magnética – o profissional deverá indicar o tratamento mais adequado para eliminar dores e recuperar funções e movimentos da articulação
Além das medidas mais básicas, como repouso (que não precisa ser total, evitando apenas atividades mais desgastantes), uso da kinesio taping (espécie de bandagem muito usada por atletas) e aplicação de gelo, há diferentes opções de tratamento.
As principais recomendações são medicação com analgésicos e anti-inflamatórios (os mais prescritos pelos ortopedistas são Ibuprofeno, Paracetamol e Voltaren), além de exercícios de fisioterapia.
Em quadros mais graves, aqueles que pouco ou nada evoluíram em três meses de tratamento, a cirurgia pode ser indicada.
Entretanto, antes de se chegar ao procedimento invasivo, a terapia de ondas de choque pode ser uma alternativa repleta de vantagens para o paciente.
A terapia de ondas de choque é indicada apenas para a tendinopatia patelar crônica, onde existe degeneração do tendão, conhecida como tendinose, podendo ou não apresentar fissuras intra-tendídenas. Nestes casos, promove a reparação tecidual.
No caso da tendinite aguda, a terapia não é recomendada, pois a alta energia aplicada, promove aumento da inflamação agravando os sintomas.
Ao enumerar estes pontos positivos, podemos mencionar que ela reduz a dor e devolve a mobilidade com mais rapidez; necessita de poucas sessões para alcançar os primeiros resultados; tem efeitos duradouros; não é invasiva; e não requer acompanhamento de medicamentos e anestesia local – somente em casos de dores mais agudas.
Terapia de ondas de choque
Em média, são necessárias de três a cinco sessões – com um aparelho emissor de ondas acústicas de alta intensidade – para que paciente e ortopedista comecem a notar resultados satisfatórios.
Cada encontro – que pode ocorrer no consultório do próprio ortopedista, caso, claro, ele esteja habilitado para tal – dura aproximadamente 10 minutos, e o intervalo entre um e outro é de sete a quinze dias – período no qual o paciente deve fazer repouso parcial, sem a prática de atividades físicas intensas.
Agora, sobre os resultados na prática, a terapia de ondas de choque tem como objetivos liberar óxido nítrico e substâncias que estimulam a proliferação e diferenciação celular, e aumentar a neovascularização e a angiogênese, estimulando, assim, a regeneração tecidual.
Entre os pacientes com tendinite patelar que não tiveram o quadro revertido com os tratamentos convencionais, mais de 95% conseguem resultados positivos com a terapia de ondas de choque.
Destes, cerca de 90% notam redução das dores e retomada da mobilidade aos níveis satisfatórios pelo período mínimo de seis meses.
A terapia de ondas de choque é mais um tratamento no arsenal do ortopedista que veio para tratar, de forma não invasiva, os casos mais avançados de tendinopatia patelar crônica que, de outra forma, seriam tratados com cirurgias.
Assim, espero que tenha ajudado a entender um pouco mais sobre a tendinopatia patelar e sua relação com o tratamento por ondas de choque.
Se ficou com alguma dúvida, gostaria de fazer alguma sugestão, ou alguma colocação, escreva abaixo nos comentários. Agora, se gostaria de agendar uma consulta, ficarei feliz em poder ajudar.
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Referências (em inglês):
-Terapia de Ondas de Choque para Tendinopatia Patelar Crônica
-Revisão literária do uso de Terapia de Ondas de Choque para Tendinite Patelar
-Eficácia da Terapia de Ondas de Choque para tratar tendinopatias do joelho