
Osteocondrite é o nome que se dá para as inflamações na cartilagem e o osso em que ela está localizada. Essas inflamações ocorrem nas extremidades dos ossos, chamadas de epífise. O nome da Osteocondrite varia conforme o osso afetado.
Ainda não se sabe ao certo o que causa essa inflamação, que pode ocorrer em qualquer uma das articulações corporais, sendo mais comum de ocorrer no joelho. Elas costumam ocorrer com mais frequência em crianças e adolescentes.
A Osteocondrite Dissecante (OCD) ocorre quando existe a perda do suprimento de sangue em parte do osso (subcondral) e da cartilagem. Essa avascularização desestabiliza a cobertura cartilaginosa e isso pode gerar um separamento da cartilagem de seu osso, podendo inclusive formar- um corpo livre.
Essa condição pode ser separada em dois tipos, a OCD Juvenil que ocorre quando o paciente ainda possui a placa de crescimento aberta, e a OCD Adulto quando a placa já está fechada.
A OCD é classificada em quatro graus, conforme sua gravidade:
-Grau 1: Lesão estável com amolecimento da cartilagem
-Grau 2: Lesão estável, porém a cartilagem apresenta descontinuidade parcial
Grau 3: Lesão instável não deslocada. O fragmento apresenta descontinuidade em toda a extensão da lesão
-Grau 4: Lesão instável de deslocada.

Outras Osteocondrites no Joelho
Conforme dito anteriormente, o nome da Osteocondrite vai variar conforme o local onde a inflamação da cartilagem ocorre. Em geral elas são nomeadas em homenagem ao médico que primeiro descreveu essa condição.
Existem outros dois tipos de Osteocondrite que podem ocorrer no joelho:
– Doença de Osgood-Schlatter: também chamada de apofisite da tuberosidade tibial, ocorre com mais frequência em garotos com idade entre 9 e 14 anos. É caracterizada por dor abaixo dos joelhos após a prática de atividades físicas.
A inflamação ocorre na região da tíbia em que se prende o tendão patelar, e é caracterizada por uma ossificação, calcificação ou espessamento deste tendão devido a uma fratura por estresse.
-Doença de Sinding-Larsen-Johansson: é a inflamação do tendão patelar na região inferior da patela. Ocorre com mais frequência em crianças e adolescentes praticantes de esportes, entre 10 e 13 anos. É equivalente a uma tendinite patelar em adultos.
Sintomas
Os sintomas da Osteocondrite são: dor, rigidez, vermelhidão, edema (inchaço) e eventualmente um bloqueio articular, quando a articulação “trava” e não se movimenta corretamente. Estalos articulares também podem ocorrer.
Dependendo do lugar onde ocorre a inflamação, pode haver o aparecimento de uma proeminência óssea, como na Doença de Osgood-Schlatter.
Diagnóstico

Como o tecido afetado pela Osteocondrite é a cartilagem, o exame de raio-x não tem muita utilidade.
Ao invés disso são indicados os exames de Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada, pois oferecem imagens muito mais detalhadas para que se possa verificar o grau de evolução da doença na articulação inflamada.
Tratamento
O tratamento para Osteocondrite Dissecante vai depender do paciente, se é jovem ou adulto, e também do Grau em que a lesão se encontra.
O Tratamento indicado para a OCD Juvenil muitas vezes é o conservador, por meio de repouso do joelho, as vezes com uso de muletas, uso de analgésico e anti-inflamatórios para tratar os sintomas, e deixar que o osso subcondral cicatrize por conta própria.
Em casos de graus pouco avançados, onde não há descolamento de nenhum fragmento da cartilagem, a Terapia por Onda de Choque é indicada como técnica auxiliar no tratamento, que vai acelerar bastante a recuperação do paciente.
Já no caso da OCD Adulta, muitas vezes existe a necessidade de tratamento cirurgico. Esse tratamento pode ser por meio de cirurgia fechada (Artroscopia) ou aberta, conforme o grau da doença.
Em lesões estáveis, em geral se opta pela cirurgia artroscopica e é feito a fixação do fragmento através do uso de parafusos de compressão.
Já em lesões instáveis, existe uma gama de tratamentos utilizáveis, conforme a necessidade e grau da lesão. Em geral são escolhidas técnicas de reparação para reestabelecer a integridade do osso.
Existem diversas técnicas reparativas disponíveis para se estabilizar um fragmento instável, entre elas a utilização enxerto ósseo, a técnica de microfraturas, o uso de diferentes tipos de parafusos e setas.
Entre as técnicas restaurativas também existem opções como o Transplante Osteocondral Autólogo (Mosaicoplastia), onde ocorre o transplante de cartilagem de uma região do próprio joelho para a parte lesionada.
Em casos de lesões muito grandes, é indicado o Implante Autólogo de Condrócitos, onde o tecido cartilaginoso (Condrócito) é retirado e depois cultivado in vitro por algumas semanas, para depois serem implantados no paciente.
Conclusão
Se ficou com alguma dúvida, gostaria de fazer alguma sugestão, ou alguma colocação, escreva abaixo nos comentários. Agora, se gostaria de agendar uma consulta, ficarei feliz em poder ajudar.
Agora se necessita agendar uma consulta, atendo como ortopedista em São Paulo (Itaim Bibi e Higienópolis) e Alphaville (Barueri / Santana de Parnaíba) e por telemedicina.
REFERÊNCIAS: