Osteotomia, o que é?
Índice
1. Osteotomia, o que é?
2. Para que serve a osteotomia?
3. Osteotomia corretiva
4. Osteotomia do joelho
5. Osteotomia valgizante tibial
6. Osteotomia varizante femoral
7. Osteotomia – recuperação
8. Conclusão
9. Referências
1. Osteotomia, o que é?
É uma técnica cirúrgica frequentemente usada na ortopedia, pois permite corrigir deformidades ósseas, congênitas (do nascimento) ou adquiridas ao longo da vida, como sequelas de trauma, artrose, infecções, distúrbios do crescimento ósseo, entre outros.

O termo osteotomia tem origem do grego, ósteo = osso, tomia = corte, ou seja, refere-se ao ato de seccionar, cortar o osso.
Ela pode ser apenas um passo cirúrgico na realização de uma cirurgia mais complexa, como a osteotomia do olécrano, que pode ser utilizada para visualizar melhor a articulação do cotovelo para uma fixação de uma fratura. Podemos considerar também como um procedimento específico, como nos casos da realização de uma osteotomia corretiva, tibial ou femoral.
2. Para que serve a osteotomia?
Como comentado anteriormente, são inúmeras as indicações para a realização de osteotomias, desde a realização da mesma para uma via de acesso cirúrgico, retirada de osso com um seguimento de tendão (para a utilização de enxerto, como na reconstrução do ligamento cruzado anterior), correção de deformidades ósseas, procurando melhorar o alinhamento e comprimento dos ossos, tratamento de pseudoartroses e osteomielites, bem como para a colocação de próteses, realização de artrodeses (fusão articular) e amputações.
Da mesma forma, a cirurgia pode ser indicada em qualquer parte do corpo. Cirurgiões-dentistas bucomaxilofaciais, realizam osteotomias ortognáticas, para correção da mandíbula, como no caso dos indivíduos prognatas. Neurocirurgiões utilizam a no crânio para acessar o cérebro e as estruturas do sistema nervoso central. Cirurgiões de coluna, eventualmente podem necessitar de realizar essa cirurgia para correção de deformidades graves na coluna. Cirurgiões torácicos e cardíacos realizam a osteotomia das costelas e do osso esterno para poder acessar as estruturas vitais, como coração, o pulmão e os grandes vasos sanguíneos da região torácica.
Como vemos, a osteotomia é frequentemente utilizada nas diversas áreas cirúrgicas da medicina, não apenas se restringindo à ortopedia. Nesta área, as especializações que utilizam mais esta técnica, principalmente no que diz respeito à osteotomia corretiva, são a ortopedia pediátrica, a cirurgia do joelho, a cirurgia do pé e tornozelo, e cirurgia de sequelas do trauma, alongamento e reconstrução óssea.
3. Osteotomia corretiva
A utilização das osteotomias para a correção de deformidades e desalinhamentos dos membros inferiores, são procedimentos desafiadores aos cirurgiões ortopedistas e que requerem planejamento cirúrgico adequado, pois, na ausência deste, a correção pode ser insuficiente, persistindo com a limitação inicial, ou pode existir uma sobrecorreção, fazendo com que o paciente fique com uma deformidade contrária à inicial, podendo levar a outros sintomas, que antes não existiam. Assim, é fundamental que o paciente procure um médico com experiência no assunto.

4. Osteotomia do joelho
Esta cirurgia é mais comumente utilizada na região do joelho para correção da angulação dos membros inferiores, que levam a distribuição desigual do peso na articulação do joelho, levando à artrose precoce, dor e até instabilidade articular (falseio). As duas principais cirurgias de osteotomia nesta região são a valgizante da tíbia e a varizante do fêmur.
5. Osteotomia valgizante tibial
A osteotomia valgizante da tíbia é realizada para corrigir a deformidade em varo das pernas (joelhos para fora, em “alicate”), principalmente quando o paciente se queixa de dor predominante na parte de dentro do joelho (medial).
Nesta cirurgia é realizado um corte no osso da tíbia, próximo ao joelho, em seguida é realizado o realinhamento do osso e o mesmo é preferencialmente fixado com placas e parafusos.

6. Osteotomia varizante femoral
A osteotomia femoral varizante é mais frequentemente utilizada para corrigir a deformidade em valgo dos joelhos (joelhos para dentro, “em X”). No caso, é realizado o corte do fêmur próximo ao joelho e é realizado o alinhamento do osso, conforme planejado antes da cirurgia, fixando em seguida o osso com placas e parafusos.

7. Osteotomia – recuperação
A recuperação das osteotomias é variável, de acordo com o segmento corporal operado e a técnica cirúrgica realizada. Geralmente, nas fixações com placas e parafusos, não há a necessidade da colocação de imobilizadores, porém, não se costuma realizar sobrecarga de peso no membro operado, principalmente nos membros inferiores. Desta forma, os pacientes devem permanecer com uso de muletas ou andadores até o osso consolidar no local da osteotomia.
Os pacientes são incentivados desde o início a realizar a fisioterapia e o treino da amplitude de movimento da articulação, principalmente quando realizada a osteotomia na região do joelho, quadril e dos membros superiores. Esta parte do tratamento é fundamental para o bom resultado final. Os exercícios com sobrecarga, fortalecimento muscular mais intenso, equilíbrio e treino do gesto esportivo (quando atleta), são aguardados até a consolidação da osteotomia.
Pacientes que foram submetidos a osteotomias e fixados com fixadores externos segue rotina semelhante à comentada anteriormente. Quando são utilizados os fixadores circulares como os de Ilizarov (“gaiola”), a carga parcial precoce é incentivada na maioria das vezes, já na colocação de fixadores monoplanares (de um lado só) liberamos a carga mais tardiamente.

deformidade femoral com osteotomia valgizante e placa lâmina
8. Conclusão
A osteotomia é um procedimento cirúrgico muito mais frequente do que imaginamos, serve para diversas indicações em praticamente qualquer local do esqueleto humano. No caso de uma osteotomia corretiva, o planejamento adequado é fundamental para o melhor resultado cirúrgico possível. Ainda assim, além das complicações cirúrgicas que podem existir em qualquer procedimento, deformidades secundárias ou correção insuficiente podem também ocorrer, exigindo um médico com especialização e familiaridade no assunto.
Espero que tenha ajudado na compreensão deste assunto, agora se você ficou com qualquer dúvida, gostaria de realizar alguma sugestão deixe nos comentários abaixo, que ficarei feliz em poder responder e lhe ajudar.
9. Referências
–O que é Osteotomia (em inglês)
– Osteotomia do joelho (em inglês)
– Aplicações da Osteotomia (em inglês)
– Osteotomia tibial alta em pacientes com artrose no joelho
– Comparação de Osteotomia de Puddu com ou sem enxerto ósseo