De fato é uma dúvida frequente entre os pacientes, pois trata-se de uma terapia nova e moderna que se propõe a tratar de forma eficaz doenças que não foram resolvidas de outra forma.
Os pacientes geralmente são indicados para realizar o tratamento por ondas de choque quando as outras formas de tratamento, como fisioterapia, acupuntura, e formas de tratamento conservador não foram eficazes. Acaba sendo indicada nestas circunstâncias, antes de se pensar em um tratamento cirúrgico.
Muitas das patologias que são tratadas com o equipamento de terapia de onda de choque apresentam resultados semelhantes aos ocorridos quando o tratamento cirúrgico é indicado, com a vantagem de ser uma terapia não invasiva, com baixos índices de complicações e menor morbidade, como após uma cirurgia.
Desta forma, a terapia de ondas de choque “encaixa como uma luva” para pacientes nesta fase do tratamento, que não obtiveram resposta satisfatória com as outras medidas de tratamento conservador e seriam encaminhadas para uma cirurgia.
Vou falar um pouco, de forma honesta, sobre o tratamento por ondas de choque. No que diz respeito à terapia em si e suas indicações deixo aqui o link para um outro post que fala mais sobre este aspecto.
Como comentado anteriormente a terapia de onda de choque veio para revolucionar a ortopedia, e muitos médicos e fisioterapeutas têm vendido essa idéia como uma terapia milagrosa que é efetiva para todas as doenças.
Entretanto, a história não é bem essa, com muitas variáveis que interferem no resultado final, e é isso que vamos discutir neste post.
Antes de começar a fazer a terapia de ondas de choque no consultório e comprar o meu primeiro equipamento, confesso que era também cético, assim como outros colegas da área. Muitos profissionais diziam tratar todas as doenças e sempre com muitos bons resultados. Quem trabalha com ciências biológicas e, principalmente na área da saúde, sabe que não existe isto, 100% de bons resultados.
Quando estava na faculdade e treinava atletismo, acabei adquirindo algumas lesões por esforço repetitivo, as famosas tendinites. E como a maioria dos atletas, eu não realizava o repouso e o tratamento adequado, tornado essas lesões crônicas de difícil tratamento.
Após parar de treinar em nível competitivo, procurei tratar todas as lesões, pois as mesmas estavam me limitando na realização de atividades de promoção de saúde, como ir a academia. Nesse dia procurei um colega meu, médico fisiatra que realizava a terapia. Realizei a terapia com ele e percebi melhora da dor.
Simultaneamente a isso, percebia que alguns pacientes com fascite plantar, epicondilite lateral e medial, tendinite do Aquiles, tendinite do manguito rotador e tendinite patelar, permaneciam com sintomas limitantes mesmo após a realização adequada da fisioterapia e outras medidas conservadoras. Essa situação toda abriu meus olhos para proporcionar uma alternativa não invasiva para esses doentes.
Neste momento aprofundei meus estudos na terapia de onda de choque. Após comprar meu primeiro equipamento e fazer o curso da Sociedade Médica Brasileira de Terapia de Ondas de Choque, comecei a tratar minhas próprias lesões. Nesta fase aprendi muito sobre em quais situações que o procedimento funcionava e não funcionava.
Comecei a realizar o tratamento em pacientes e trocar conhecimentos com outros colegas da SMBTOC e percebi que alguns pacientes não tinham os mesmos resultados que outros. Alguns pacientes meus, que haviam passado antes com outros profissionais, torciam o nariz quando eu sugeria a terapia de ondas de choque.
Assim, vamos entender então o que interfere no resultado da TOC:
Vamos lá?
As principais marcas dos equipamentos de terapia de ondas de choque são em sua maioria europeias. Existem diferentes tecnologias existentes no mercado capazes de proporcionar as características físicas necessárias para produzir uma onda de choque. Elas se dividem basicamente em terapias de ondas de choque radial e a onda de choque focal.
Se tratando de uma tecnologia cara, algumas empresas nacionais tentaram copiar afim de baratear os custos do equipamento e do tratamento, entretanto, até o presente momento, não temos estudos suficientes com esses equipamentos comprovando sua eficácia e na prática clínica percebemos que os resultados não são equivalentes quando comparados aos de empresas já estabelecidas no mercado internacional. Algumas das empresas mais conhecidas no mercado são a BTL, Dolorclast e Storz.
A terapia de onda de choque é uma terapia que deve ser realizada por profissionais médicos capacitados, pois pode apresentar eventualmente complicações, principalmente quando não bem indicada.
Assim, apenas um médico estaria capacitado para identificar precocemente e iniciar o tratamento mais adequado numa situação como essa. Infelizmente, devido à baixa incidência de complicações e alto valor agregado, alguns médicos sem treinamento adequado se aventuram na terapia.
Visando manter a qualidade do tratamento, foi criada a Sociedade Médica Brasileira de Terapia de Ondas de Choque (SMBTOC ou SBTOC), procure médicos filiados à sociedade para uma maior certeza da qualidade de atendimento.
Frequentemente ligado ao tópico anterior, vemos que alguns profissionais não tem selecionado adequadamente os pacientes, no que diz respeito às indicações do tratamento, como a realização na fase aguda das doenças, lesões de cartilagem, alterações/deformidades anatômicas, principalmente ósseas, entre outras patologias que são conhecidas por não apresentarem bons resultados.
Outro fator para não apresentarem bons resultados com a terapia de ondas de choque devido a má indicação, está relacionado à super-indicação do procedimento.
Outro passo importante para se atingir bons resultados, diz respeito a realização de protocolos estabelecidos para cada patologia (doença).
Importante comentar também que em muitos casos os protocolos devem ser adaptados para cada paciente baseado em sua individualidade e também deve ser adaptado de acordo com o equipamento a ser utilizado.
Na literatura científica vemos que, para muitas patologias, os resultados obtidos são melhores quando associadas com a fisioterapia.
Este fenômeno ocorre, pois muitas lesões surgem decorrentes de distúrbios biomecânicos e se esses distúrbios/desequilíbrios não são corrigidos o problema de base persiste e não há melhora ou a melhora é por um curto período de tempo.
Vemos isso principalmente em tendinopatias, como do tendão patelar, glúteo médio e mínimo, fascite plantar, tendinite do Aquiles, manguito rotador e as epicondilite lateral e medial.
5. Terapias auxiliares da TOC
Na literatura científica vemos que, para muitas patologias, os resultados obtidos são melhores quando associadas com a fisioterapia.
Este fenômeno ocorre, pois muitas lesões surgem decorrentes de distúrbios biomecânicos e se esses distúrbios/desequilíbrios não são corrigidos o problema de base persiste e não há melhora ou a melhora é por um curto período de tempo.
Vemos isso principalmente em tendinopatias, como do tendão patelar, glúteo médio e mínimo, fascite plantar, tendinite do Aquiles, manguito rotador e as epicondilite lateral e medial.
Percebemos nos estudos sobre a terapia de onda de choque, que os resultados não são homogêneos e equivalentes entre as patologias. Acredito que isto ocorra, pois as características dos tecidos e as relações biomecânicas são diferentes entre os segmentos corporais.
Além disso, alguns estudos com determinadas lesões apresentam uma facilidade maior para se randomizar, e assim conseguir alto índice estatístico.
Algumas regiões tratadas apresentam um índice maior de bons resultados e uma validade estatística maior, outros apresentam menor índice de bons resultados podendo apresentar uma validade estatística boa ou ruim.
Como comentado previamente, não é um tratamento milagroso mas que quando bem indicado pode evitar cirurgias.
Como discutido anteriormente, essa terapia complementa de forma significativa o arsenal terapêutico dos ortopedistas proporcionando uma solução não invasiva para problemas que de outra forma, ou em outra época, seriam tratados cirurgicamente.
O tratamento por onda de choque não é um tratamento milagroso e requer uma série de condições para que se obtenha um bom resultado.
Para que um paciente saiba definir adequadamente onde tratar, deve pesquisar por membros sócios da Sociedade Brasileira de Terapia de Ondas de Choque, que realizaram o curso de capacitação e treinamento de forma adequada.
Médicos com tempo de experiência e boas referências de outros pacientes e colegas da área. Um equipamento adequado também é fundamental para um bom resultado (geralmente equipamentos importados).
Realizar tratamentos complementares como a fisioterapia ou RPG, procurando corrigir distúrbios de base, também é imprescindível.
Por fim, os pacientes precisam estar cientes que existe uma porcentagem de tratamentos realizados que não obtém resultados favoráveis, mesmo com todas essas variáveis citadas anteriormente atendidas de forma adequada. Esses resultados podem variar de doença para doença.
Para aqueles que procuram informações sobre a realização de terapia de onda de choque em São Paulo ou ondas de choque em Alphaville:
O Dr. Oliver Ulson é membro da SMBTOC e utiliza o equipamento da BTL de ondas radiais (europeu). Para saber mais sobre sua formação e locais de atendimento veja no contato e formação.
Se você gostou do artigo, ficou com alguma dúvida ou gostaria de sugerir algum tema, escreva nos comentários abaixo, e se você teve algum tipo de fratura ou outra lesão traumática e gostaria de agendar uma consulta entre em contato com a clínica e agende uma consulta com Dr Oliver Ulson, será um prazer poder ajudar.
Referências (em inglês):
Terapia de ondas de choque radial para pseudoartroses
Terapia de ondas de choque vs cirurgia para tendinite calcária
Terapia de ondas de choque e tendinite do joelho (patelar e pata de ganso)
Tendinite calcária e terapia de ondas de choque
Terapia de ondas de choque e tendinopatia do Aquiles
Tratamento de pseudoartroses e atrasos de consolidação com terapia de ondas de choque
Comparação terapia de ondas de choque vs infiltração com corticoides na fascíte plantar