Fala gente tudo bem, eu sou o doutor Oliver e eu fiz esse artigo para trazer uma grande novidade no tratamento da osteoporose e da osteopenia.
Este é um texto adaptado de um vídeo publicado no meu canal do YouTube:
Você deve estar pensando “poxa, mas e a reposição hormonal, o alendronato risendronato, o ácido zoledrônico, o denosumabe, eles não formam também osso?”
Não, eles não formam o osso, e nesse vídeo eu vou explicar o porquê.
Eu vou explicar tudo sobre esse outro remédio que forma osso e porque ele é tão diferente dos outros remédios conhecidos.
Primeira coisa que a gente precisa entender é como que funciona o metabolismo do osso e como um hormônio produzido pela glândula paratireoide, chamado paratormônio, age regulando o cálcio no corpo.
O metabolismo do osso funciona da seguinte forma: a gente possui dois tipos principais de células no osso, o osteoblasto e o osteoclasto. O osteoblasto é a célula que forma osso, já o osteoclasto é a célula que reabsorve, ou seja, que destrói o osso.
Conforme envelhecemos e, principalmente no caso das mulheres que têm diminuição importante de hormônios como o estrogênio e a progesterona, a atividade do osteoblasto fica muito menor do que a do osteoclasto, e assim o nosso corpo passa a tirar o osso do esqueleto, mais do que ele produz.
Então, todos aqueles outros remédios que eu falei no começo do artigo, como alendronato, o risendronato, o ácido zoledrônico e o denosumabe, eles agem no osteoclasto, diminuindo a sua ação.
Ou seja, eles não formam osso, eles só diminuem a reabsorção, a degradação do osso.
Como o osteoblasto, que é a célula que forma osso, continua ativa, mas mais lenta, ela vai devagar formando o osso.
Agora, para você entender como que a teriparatida age formando osso eu preciso explicar rapidamente sobre 2 hormônios: o paratormônio e a calcitonina.
Esses 2 hormônios regulam a concentração de cálcio no sangue, agindo em tecidos como o intestino, o osso e os rins.
A calcitonina diminui a concentração de cálcio no sangue diminuindo a ação do osteoclasto, ou seja, ela funciona parecido com alendronato, o ácido zoledrônico e os outros remédios que eu falei antes.
Já o paratormônio é um hormônio produzido pela paratireoide, que aumenta o cálcio no sangue, e ele faz isso melhorando a absorção de cálcio no intestino e diminuindo a eliminação do cálcio pelos rins na urina, além disso ele estimula a saída do cálcio dos ossos.
A teriparatida que é o remédio que eu estou falando nesse artigo, é um remédio análogo do paratormônio.
Um análogo é uma molécula com função ou estrutura semelhante à outra, ou seja, a teriparatida é semelhante ao paratormônio.
Bom, mas eu falei antes que o paratormônio tira o cálcio do osso e joga na corrente sanguínea, inclusive as pessoas que têm hiperparatireoidismo primário, ou seja, que tem a doença que produz muito paratormônio, elas têm um osso fraco, como que esse remédio vai estimular a produção do osso?
Então, aí que entra o detalhe.
Foi descoberto que na verdade o paratormônio estimula a formação de osso em alguns locais do corpo e estimula a reabsorção de osso em outras circunstâncias.
Quando a pessoa tem uma produção contínua de paratormônio realmente ela vai perdendo um osso, mas quando ela tem uma concentração pulsátil, ou seja, aumenta e depois diminui aumenta e depois diminui, que é como muitos hormônios agem no nosso corpo, ela acaba tendo um efeito anabólico de aumentar a massa óssea.
Assim, o uso uma vez por dia desse remédio estimula a formação de osso. Inclusive um estudo feito em animais mostrou que esse remédio aumentavam a formação de calo ósseo em fraturas.
Os outros remédios que eu falei, eles não têm esse efeito, inclusive se vocês viram meus outros vídeos ou leram alguns dos artigos, a inibição no osteoclasto pode levar há outros tipos de fraturas e até necrosar a mandíbula, inclusive tem uma grande polêmica em cima disso, vale à pena conferir esses vídeos/artigos depois.
Dessa forma, esse é um remédio que muda tudo no tratamento de doenças com baixa densidade óssea.
A teriparatida, também conhecida como Forteo, que é o seu nome comercial, foi o primeiro remédio da classe de agentes osteoformadores a ter o aval para uso clínico no SUS, o Sistema Único de Saúde.
Agora que você entendeu como que ele funciona eu vou explicar tudo sobre ele inclusive como conseguir ele no SUS, porque é um remédio bem caro, caro mesmo.
Então fica comigo até o final desse artigo que vale a pena, o conteúdo está bem completo.
Você já deve estar imaginando que ele serve para osteoporose e osteopenia. Sim, mas não é só isso.
Ele serve para tratar osteoporose em pacientes com um risco alto de fratura vertebral e outras fraturas osteoporóticas e é indicado para o tratamento da osteoporose em mulheres após a menopausa e homens com osteoporose associada a um alto risco de fraturas.
Como esse medicamento é muito caro e age de uma forma diferente dos outros remédios para tratamento da osteoporose e osteopenia, ele é indicado quando esses outros remédios são contraindicados, ou quando a gente espera um efeito maior de formação de osso.
Ou seja, por exemplo se a pessoa tem gastrite ou esofagite e não consegue usar um bifosfonato oral como alendronato, ou se ela tem alguma outra contraindicação para usar o ácido zoledrônico ou denosumabe.
Ou ainda se fez algum implante dentário recente, ou apresentou ou tem risco de desenvolvimento de osteonecrose de mandíbula ou fraturas atípicas. Que são complicações comuns aos outros remédios da osteoporose.
O Forteo é um medicamento injetável que tem que ser administrado todo dia por via subcutânea (debaixo da pele). Igual a aplicação de insulina e do clexane.
É importante lembrar que o Forteo não é um medicamento de uso prolongado, e a duração de tratamento é geralmente limitada a 2 anos ou menos, dependendo da necessidade individual do paciente.
Antes de eu continuar explicando dos riscos, efeitos colaterais e contraindicações, gostaria de convidar a você a se inscrever no meu canal do YouTube, se esse tipo de conteúdo faz sentido para você.
Os efeitos colaterais mais comuns do uso do Forteo (teriparatida) incluem dor nas pernas, dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, indigestão, dor muscular, dor de estômago, náusea, insônia e alterações de humor.
Alguns dos riscos associados ao uso prolongado do Forteo incluem, o aumento do risco de fraturas vertebrais, hipercalcemia (níveis elevados de cálcio no sangue) e a formação de tumores ósseos.
Por isso, é fundamental uma avaliação e acompanhamento médico individualizado.
Além disso, é importante que pessoas com doenças cardiovasculares, pressão alta, insuficiência renal, história de fraturas, entre outros problemas, consultem um médico antes de usar Forteo.
É importante também que o paciente conte ao médico sobre todos os medicamentos que está tomando, incluindo suplementos vitamínicos e medicamentos sem receita médica, para evitar possíveis interações medicamentosas.
Bom gente, vamos agora à cereja do bolo.
Fazendo uma consulta aqui pela internet de algumas farmácias, o preço médio da caneta de aplicação do Forteo Colter Pen, que dura aproximadamente um mês, custa na faixa dos 3 a 4000 reais, ou seja, é um tratamento realmente bem caro.
Por isso, se você não tem condições de arcar com esse custo, é possível solicitar a cobertura pelo SUS como um remédio de alto custo.
Para conseguir isso precisa cumprir com alguns critérios que eu vou explicar agora:
Se ainda assim a pessoa tiver uma negativa de fornecimento do remédio pelo SUS mesmo após a solicitação médica feita da forma correta, pode-se recorrer por meios jurídicos.
Além disso, é fundamental lembrar que o tratamento da osteoporose não é só com remédios, a pessoa tem que também fazer a lição de casa.
Precisa corrigir hábitos que fazem com que o osso fique mais fraco como o cigarro, a falta de exercícios, falta de sol que é importante para a gente produzir a vitamina D, além de uma dieta adequada com cálcio, proteínas, vitaminas e sais minerais.
O exercício é fundamental para as pessoas que tem osteoporose e osteopenia, principalmente os exercícios resistidos, como o Pilates e a musculação.
Porque além de esses exercícios melhorarem a resistência do osso eles fortalecem os músculos diminuindo o risco de quedas que são comuns em pessoas com fraturas com osteoporose.
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